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Unidos de Vila Isabel define samba-enredo e elege musas da comunidade para o Carnaval 2026
Redação em 14 de Setembro de 2025
A Unidos de Vila Isabel viveu uma noite histórica nesta sexta-feira (12), em sua quadra na Avenida Boulevard 28 de Setembro. Durante a final da disputa de samba-enredo, a escola surpreendeu os torcedores ao anunciar que a escolha já havia sido feita pela ala de compositores em conjunto com a diretoria.
Aclamado desde o início das eliminatórias, o samba da parceria de André Diniz e Evandro Bocão foi oficializado como hino do enredo "Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um sambista sonhou a África", desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, com pesquisa de Vinicius Natal.
"Mais que um anúncio, foi a confirmação do que já era unânime para todos nós. Tenho certeza de que a comunidade está feliz. Agora é hora de trabalhar", afirmou o presidente da Vila Isabel, Luiz Guimarães.
A disputa começou em 15 de agosto com 17 obras inscritas e, ao longo de um mês, mobilizou grandes nomes e novos talentos do samba. Um dos momentos mais marcantes ocorreu em 6 de setembro, quando os três finalistas se apresentaram na Pedra do Sal diante de cerca de cinco mil pessoas.
Na decisão, chegaram as parcerias de Moacyr Luz (Samba 01), PC Feital (Samba 12) e André Diniz (Samba 15). Com o apoio da comunidade e a escolha da ala de compositores, a obra de Andre Diniz e Evandro Bocão foi consagrada como hino oficial para 2026.
A noite também consagrou as novas musas da comunidade: Juliana Moraes, Yasmin Lima e Ciça Ferreira. Emocionada, Juliana destacou:
"É um sentimento de amor, pertencimento e representatividade dentro da minha narrativa como mulher preta, estudante, pedagoga, mãe solo e mãe atípica. Eu trago toda essa força, resiliência e amor ao samba e à Vila Isabel."
Com o samba definido, musas apresentadas e a quadra em festa, a Unidos de Vila Isabel abre oficialmente o caminho rumo ao Carnaval 2026.
Confira a letra do samba-enredo de 2026
Sonhei macumbembê, sonho samborembá
Macumba é samba, e o samba é macumba
Pode até fazer quizumba
Só não pode é separar
Sonho samborembá, macumbembê
Vem da mãe terra, firmou ponto na Bahia
E na África pequena germinou pra florescer
Éh quilombo, é a Pedra do Sal
Arraigou em terreiro e quintal
No chão batido assentou o fundamento
Foi o lino de madrinha
De padrinho, espelhamento
Flutuou na capoeira ao perfume de Ciata
Negro príncipe de ouro, o anjo de asas de prata
Um ogan alabê, macumbeiro
À fumaça do cachimbo, preto velho soprou
Encanto da gira, da roda de bamba
Poesia da curimba, batuqueiro e cantador
Foi do lundu e do cateterê
Alinhou de linho santo, cavaquinho na mão
Apaixonado pierrot afro-rei
A flecha certeira de Oxóssi na canção
Reluz nas escolas, em Noel e Cartola
Ganhou o mundo, com o mundo de Paulo Brasão
De todos os tons, a Vila, negra é!
De todos os sons, a negra Vila é!
De china e ferreira
Mocambo macacos e o pau da bandeira
Da nossa favela, branca a azul do céu
No branco da tela o azul do pincel
Vem ser aquarela, pintar a Unidos de Vila Isabel
Oraieiê Oxum, kabecilê Xangô
Meus sonhos e tambores, tintas e Prazeres
Pra você, Heitor
Foto: Diego Mendes






























