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  • Estácio de Sá é abre os desfiles das Escolas de Samba do Grupo especial

    Lucia Mello em 11 de Fevereiro de 2016

    Estácio celebra São Jorge e luta para se firmar no Grupo Especial do Rio
    De volta ao Grupo Especial do Rio de Janeiro após nove anos, a Estácio de Sá inaugurou neste domingo (7) os desfiles do Carnaval 2016 na Marquês de Sapucaí. Na briga para se manter entre as grandes escolas, a agremiação fez seu desfile com as arquibancadas lotadas e cruzou a avenida em 1h19. Com sete carros alegóricos e 29 alas, a Estácio apresentou o enredo "Salve Jorge! O Guerreiro na Fé".
    O primeiro setor abriu o desfile trazendo a guerra entre o bem e o mal e retratando a região da Capadócia, na Turquia, abordando quatro elementos: o guerreiro, o cavalo, o dragão e o leão --símbolo da escola e que ganha asas para encontrar sua ancestralidade, que são as civilizações que passaram pela Capadócia como os hititas, hebreus, babilônicos e sumérios. Em todos esses povos, o leão representava nobreza e força.
    O diretor e ator Jorge Fernando saiu à frente da escola representando São Jorge. "Minha mãe é devota. Estou muito feliz [de representá-lo], é uma energia muito forte. Foi bárbaro", disse ele logo após cruzar pela Sapucaí. Suas impressões sobre a passagem do Estácio foram as melhores possíveis. "Claro que vai ficar no Grupo Especial", aposta. No segundo carro alegórico, oito bailarinos passaram girando sobre um eixo, em alusão ao martírio de São Jorge, soldado romano que era cristão em uma civilização pagã e, por conta disso, foi barbaramente torturado por sete anos por ter se recusado a deixar a fé cristã. João Osmar Silva, 24, disse que não teve dificuldade de evoluir por causa do treinamento. "Treinamos na Escola Nacional de Circo. Foram uns cinco ensaios, de duas a três horas. Foi tranquilo, uma apresentação bem representativa."
    A bateria Medalha de Ouro, sob a batuta de Mestre Chuvisco, também veio representando o santo guerreiro.
    À frente dos ritmistas, a rainha, Luana Bandeira, simbolizou o dragão em uma fantasia toda dourada, que custou cerca de R$ 40 mil. A assistente de palco do "Caldeirão do Huck" se preparou para cuspir fogo na avenida, mas não foi autorizada.
    "Só soube hoje que não poderia fazer o número. É um pouco frustrante, mas a gente faz o nosso trabalho do mesmo jeito. O desfile foi emocionante. A plateia parecia o Maracanã", disse Luana. As outras passistas que sambaram em torno dos músicos foram as flores da laranjeira cujos espinhos protegeram o guerreiro na luta com o dragão, segundo a lenda narrada pela escola.
    O mestre-sala e a porta-bandeira, Marcinho e Alcione, desfilaram de rei e rainha. Após chegar à Apoteose, Marcinho fez uma aposta confiante. "Com certeza dá para tirar um dez. É o resultado do trabalho de um ano inteiro. A Estácio respeita o trabalho de todas as escolas, mas desfilamos com fé em São Jorge."
    O carnavalesco Chico Spinosa analisou o desfile com otimismo. "Para mim foi emocionante voltar, ainda mais sendo abençoado por São Jorge. A gente nunca sabe o que esperar, é sempre uma tensão. Mas foi tudo perfeito. A escola não teve nenhum problema técnico, as alas estavam impecáveis. O retorno foi positivo e acho que ainda sobra espaço para mim no Rio. A escola foi brilhante. Agora depende do desfile das coirmãs. Quem errar, a gente pega o lugar."
    Spinosa, juntamente com Amauri Santos e Tarcísio Zanon, trabalhou para unir o sagrado ao profano para celebrar São Jorge. "Pode parecer um enredo óbvio, mas vivemos um momento de crise e a fé é o refúgio nessas horas. Temos um diferencial importante: é a primeira vez que uma escola de samba tem o apoio da igreja para levar o enredo para a avenida".



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