VOCÊ NO SAMBA / Galerias

  • E os desfiles continuam na segunda noite

    Lucia Mello em 05 de Fevereiro de 2019

    Mas escolas se apresentaram hoje, na última noite de desfiles.

    São Clemente – Abre a noite de segunda-feira, com a releitura do enredo “E o Samba Sambou…“, de 1990, que deu à escola sua melhor colocação no Carnaval: o sexto lugar. O carnavalesco Jorge Silveira renova a crítica impiedosa da escola à fama e à vaidade, que corrompem a tradição do samba. (Saiba mais sobre a São Clemente)

    Vila Isabel – Homenagens à cidade imperial de Petrópolis: “Em nome do pai, do filho e dos santos – a Vila canta a cidade de Pedro”. É uma gratidão à princesa que deu nome à escola de Noel. “Encantem-se com a história que vamos contar, pois ela começa com Pedros, dos céus à terra, para criar uma cidade em uma serra”, diz o enredo de Edson Pereira. São Pedro Alcântara é o padroeiro da cidade-enredo. Além dele e do São Pedro apóstolo, temos “o Pai Pedro de Alcântara, Rei Soldado Dom Pedro I, quem sonhou com a cidade no alto” e “o Filho Pedro de Alcântara, Magnânimo Dom Pedro II, que realizou o legado”.

    Portela – Rosa Magalhães na Portela homenageia  Clara Nunes: “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”. Sambas-canção, sambas-enredo, partidos-altos, marchas-rancho, forrós, xotes, afoxés, repentes e canções de influência dos pontos de umbanda e do candomblé fazem parte do repertório da musa. 

    União da Ilha – A divertida escola leva à Sapucaí a brasilidade de dois gigantes, os cearenses Rachel de Queiróz e José de Alencar. O carnavalesco Severo Luzardo Filho criou uma proposta lúdica e prazeirosa para o enredo “A peleja entre Rachel e Alencar no avarandado do Céu”. O mundo verá saberes e assombrações que povoam o imaginário de uma terra banhada pelo mar e com o chão emoldurado pela seca, “embalada em oração e festejada ao som da sanfona e do cordel”. Afinal, Alencar ensinou que Ceará vem de “cemo”, significa “cantar forte, clamar”.

    Estação Primeira de Mangueira – Com o enredo “História para ninar gente grande”, um outro olhar sobre episódios cruciais da Brasil. É uma narrativa, segundo Leandro Veira, baseada nas “páginas ausentes”. Segue o carnavalesco: ”Com um povo chegado a novelas, romances, mocinhos, bandidos, reis, descobridores e princesas, a história do Brasil foi transformada em uma espécie de partida de futebol na qual preferimos “torcer” para quem “ganhou”. Esquecemos, porém, que na torcida pelo vitorioso, os vencidos fomos nós.” O enredo arrasa alguns heróis, como os bandeirantes e Dom Pedro I, que às margens do Rio Ipiranga estará sobre uma mula com dor de barriga. É pule de dez que Leandro homenageará Marielle Franco e protestará contra os nomes de ditadores do regime militar de 1964 em vias públicas no Rio. 

    Mocidade Independente – Alexandre Lousada desenvolveu o enredo “Eu sou o Tempo. Tempo é Vida.” Brinca com o nome de uma escola sempre jovem e promete ser bem onírico: “As batidas do meu coração marcam o compasso no tambor do samba, quando ecoa o apito da partida do trem da vida, nos trilhos do tempo, caminho infinito, riscado no espaço pela cauda de luz da estrela-guia, que cria um vácuo de sonho que a ciência desafia e que invade a morada de Cronos, a antimatéria que brilha, magia, e que se comprime e se expande, se dobra, retrocede e avança, num vai e vem que se esvai e se lança numa viagem louca, do presente ao passado e, numa reviravolta, de volta para o futuro.”



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