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  • Unidos do Cabuçu divulga sinopse e logotipo do enredo 2016

    Lucia Mello em 19 de Junho de 2015

    A Unidos do Cabuçu, que desfila pela Série B, divulgou na noite desta terça-feira (16/06), a sinopse e o logotipo do seu enredo para o Carnaval 2016 durante a explanação aos compositores. A azul e branca do
    Lins de Vasconcelos vai homenagear sua própria história ao comemorar os seus 70 anos de fundação. O tema foi uma sugestão da então ex-presidente Therezinha Monte. Com o título de "A festa é nossa e ninguém tasca! São 70 anos de Xou da Cabuçu no Mundo mágico do carnaval.", o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Edson Siqueira, que também é um dos autores.
    Confira:
    S.E.R.E.S. UNIDOS DO CABUÇU – CARNAVAL 2016
    A festa é nossa e ninguém tasca! São 70 anos de Xou da Cabuçu no Mundo
    Mágico do Carnaval.
    Administração: Carlos Alberto Vieira (Caju)
    Autores do enredo: Edson Siqueira e Therezinha Monte
    Pesquisa e texto: Edson Siqueira
    Carnavalesco: Edson Siqueira
    JUSTIFICATIVA DO ENREDO:
    Quando a Unidos do Cabuçu entrar na Avenida no Carnaval 2016, ela já
    terá completado 70 anos de fundação. Nascida em 28 de dezembro de 1945,
    a “Escola Emoção” ficou conhecida como a que teve sua história marcada
    pelas belas homenagens às celebridades vivas, principalmente durante os
    anos em que desfilou pelo Grupo Especial das escolas de samba do Rio de
    Janeiro. E para celebrar seu septuagésimo desfile oficial, a S.E.R.E.S.
    Unidos do Cabuçu não poderia deixar passar isso em branco. Será em azul
    e branco. Através deste enredo ela irá homenagear sua própria história.
    A ideia é a de narrar esta história tendo como base as letras de seus
    principais sambas-enredos, muitos deles cantados até hoje pelo grande
    público.
    INTRODUÇÃO:
    Batam palmas na Avenida! É Carnaval! A Unidos do Cabuçu gloriosamente
    vem comemorar seus 70 anos, cantando seu passado de glórias, passando
    pelo Marquês de Tamandaré e pela Marquês de Sapucaí. Está aqui a
    primeira campeã da Passarela. Somos Unidos e cantamos contentes, desde a
    Praça Onze onde o samba imperava e das Relíquias do Rio Antigo na
    Candelária. Ouça com respeito e atenção o que narramos.
    SINOPSE:
    “Aconteceu, virou Manchete!”. Neste Carnaval 2016 a saudosa revista
    ressurge apenas para lançar uma edição especial sobre os 70 anos da
    Cabuçu. O menino de Kiev, lá da Rússia tão distante, mandou publicar.
    Deve ser a saudade dos pierrôs e colombinas, do colorido genial, dos
    costumes dessa terra tão amada. Shalom!
    Ah, os velhos carnavais...Na Praça Onze a alegria era geral. No giro da
    Porta-bandeira, todos queriam girar. Na festa de alegria, no mundo de
    fantasia, viu todo o povo cantar. Tinha certeza que este sonho teria um
    belo final, e que daria um tema de Carnaval. São devaneios dos poetas.
    Veio o Cabuçu todo enfeitado, do apogeu à queda de uma nação Guarany, do
    heroísmo dos Sete Povos das Missões. Quantos temas envolventes, sobre
    sua história e sua gente, valorizando seu chão, tal qual pedra preciosa.
    Um presente aos nobres que o Brasil tem pra dar.
    Relembrando uma época distante, um passado emocionante, estava
    conquistado o ideal. O Gigante negro da Abolição pela República lutou, e
    assim a liberdade enfim chegou.
    Quanto orgulho brasileiro. Cabuçu, tua obra não nega. Hei de torcer com
    emoção. Passando pelo Teatro de Revista e pela Rádio Nacional, trouxe de
    berço o seu talento. Mas é Carnaval e não podemos esquecer disso. E no
    carnaval dos Tobossis, tem que entrar como você entrou e ser feliz como
    você foi. No Reino de Minas Jêjê, das pretas velhas, da meninada de
    vodun, se encantou com a pureza do Ritual de Daomé.
    Ave Maria! Mas quem diria, cruz em credo, que no paraíso chegaria o
    Gênio do mal em forma de dragão? Mostrou em samba que há coisas entre o
    céu e o mar que a vã filosofia nem pode imaginar. Mas quem espera sempre
    alcança. Do brasileiro ninguém tira a esperança. O povo brasileiro,
    sofredor, ainda está de saco cheio de comer o pão que o diabo amassou.
    Esperança: sonho, utopia ou devaneio?
    Por falar nisso, muitos anos se passaram no devaneio do criador. Foi uma
    zorra na Abolição. Clementina abolindo a escravidão, Carmem Miranda
    montada em uma girafa, Chica da Silva na nave espacial, disputando os
    céus com o 14 Bis de Cabral...Deu a louca na história e a Cabuçu
    embarcou nessa onda. Mas não foi por mal, afinal era Carnaval!
    Depois disso tudo, fica a pergunta: afinal de contas, quem somos nós
    nessa cidade encantada? Ora ora, todos sabem muito bem os detalhes dessa
    vida agitada, uma palavra amiga sempre tão querida do camarada.
    Encontrou inspiração neste palco de emoções. Apollo dedilhou sua lira e
    o Rei cantou, em festa e fantasia, na Corte da alegria. Um mundo
    realmente mágico. Aliás, neste mundo mágico a tristeza nunca conseguiu
    atrapalhar. Foi festa em todos os corações, contagiou o povo, despertou
    a lembrança, e na carona da ilusão fez todos voltarem a ser crianças.
    Transformou a avenida em picadeiro, pintou o sete. Com a dignidade dos
    palhaços, fez o povo brasileiro vibrar. As crianças se encantaram. Ah...
    as crianças, não esqueçam dela por favor!
    O Brasil sempre foi sua inspiração. E lá da terra importante da história
    do Brasil, iluminada pelo Astro Rei, veio o poeta genial, o patrimônio
    da cultura musical. Ele é do mundo, ele é de Minas e foi da Cabuçu. Com
    o Trem Azul fez a travessia, com força, raça e magia. Querido Menestrel
    das Alagoas, sua voz ainda ecoa entre nós...
    Vejam só como a ironia do destino estava presente. Parece até que sabia
    que havíamos votado errado para presidente. O sol da liberdade até raiou
    e o povo livre votou, mas o Reino de Avilan não se findou e a lambança
    continuou.
    Ao longo destes 70 anos, a Cabuçu cantou e contou histórias e estórias.
    E num mágico universo de ternura, em um sonho colossal, fez da vida um
    doce, em um turbilhão de cores, se transformou num planeta triunfal, e
    como numa viagem encantada, brincou o Ilariê no Carnaval, alegrando
    milhões de corações com a Rainha e sua Corte. Foi um Xou na avenida!
    No embalo deste mundo infantil nos carregou e nos transformou em
    crianças. Extra! Extra! Anunciava a maior revelação do carnaval. De
    quadrinho em quadrinho levou seu recado para o mundo inteiro. Até pro
    Japão! Colocou as cartas na mesa, com paciência japonesa e soube
    esperar. E no despertar do sol, tal qual o Kasatumaru, trouxe a cultura
    oriental para o carnaval, rebuscando seus novos ideias. Do país do
    futebol ao Império do Sol Nascente misturou saquê com samba e alegrou a
    nossa gente. Sayonará!
    Mas o orgulho de ser brasileiro não foi esquecido. Encantou o Rio de
    amor, abrindo a cortina para o show e mostrando a arte fascinante que o
    Teatro irradia. Abraçou a Cinelândia e o Rival, e nos fez bater palmas
    para os grandes artistas e outros mais, orgulho do cenário brasileiro
    que não esqueceremos jamais.
    Foi a n. 1, foi a Paixão nacional, foi enredo musical, explodindo
    coração na avenida. Até Pero Vaz de Caminha sambou. O índio, o branco e
    negro trocaram prosas e o gingado pelo mundo se espalhou. Aconteceu e
    virou uma boa ideia. Mercedes benzeu e a Maria rezou, e mais uma vez
    brilhou na avenida. Mas como já dizia o poeta, Maria, Maria... tenha
    sido ela aventurada em missão de amor, escolhida pra gerar o Rei dos
    Reis, tenha sido ela escandalosa, teimosa ou que dava ordem no sertão ou
    a heroína da libertação, você fez a exaltação. Com a lata dágua deu um
    banho, deixou fumaça por onde passou..
    A vida é como um jogo de xadrez. E desfilando com amor, jogou com a
    vida, com manha e astúcia. Trouxe o passado ao presente, na inteligência
    de um jogador, e com toda sorte do mundo, disputou o Grande Prêmio. Mas
    e o futuro? O futuro a Deus pertence, pra que discutir? A Cultura é
    universal. Chegamos ao Terceiro Milênio e aqui tem festa desde os tempos
    de Cabral! O grito do índio ecoou, a luta contra a escravidão, a
    preservação da natureza, a fé nas divindades, a exaltação ao Pindorama.
    Na folia, sempre vestiu a fantasia sem preconceito social, juntou o luxo
    com a pobreza, modernizando a beleza.
    A poesia continua no ar, mesmo com os trancos que a vida lhe deu.
    Superou barreiras, com fraternidade, amor e união. Tem magia na avenida.
    Sempre. Tem um elo com a emoção. De um lindo sonho encontrou a solução.
    Viajou no Folclore brasileiro, Reisado e Maracatu. Nessa folia encantou
    corações e fez todo o povo dançar com a Cabuçu. Uma estrela nunca para
    de brilhar. O bem que você faz, o fruto vai colher e o mal nunca
    vencerá. Axé, rogai por nós em uma só voz. Os atabaques no rufar do
    tambor. Não tem pedra nem espinho, tirem a mordaça do caminho. Não me
    deixem calar. Oh mulata assanhada, seu cantar seduz. É no show da
    bateria que a mulata vem sambar. Seu gingado tem magia.
    Hoje é Carnaval! É show na passarela, uma viagem ao desconhecido. Bate
    tambor! Com seu batuque vem me contagiar. Mostrem as garras na avenida
    mais uma vez, meus leões! Canta feliz a força do samba raiz. Pisa forte
    neste chão erguendo seu pavilhão. A Cabuçu mexe e remexe, sacode e
    enlouquece. O show tem que continuar! E nos braços da poesia, cores,
    brilhos e fantasia, abram alas que a Cabuçu veio mostrar seu chão.
    Enredos que fizeram delirar, hoje a Primeira campeã da Passarela, de
    azul e branco vai cobrir esta avenida. Guerreira do samba, tens um
    brilho que não se apagará. Lá no céu sua estrela brilha em nosso olhar.
    Com a alma guerreira, assim como o “Almirante Negro”, sua história
    jamais vamos esquecer.
    Agora está na hora da virada. Arrebata de emoção a multidão, com mais um
    samba no coração porque o sonho mais profundo continua sendo o dia em
    que o samba venha dominar o mundo. A Festa é nossa e ninguém tasca!
    Vamos rir por último que é melhor! Vamos festejar! São 70 anos e viemos
    comemorar! Parabéns Babaú, parabéns Cabuçu!
    “Alô meu povão brasileiro, olha a Cabuçu aiii!”



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