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  • União do Parque Acari Apresenta Sinopse do Enredo para o Carnaval 2025

    Redação em 04 de Julho de 2024

     A União do Parque Acari, escola da Série Ouro da Liga RJ, revelou recentemente o enredo para o desfile do Carnaval 2025. Com o título "Cordas de Prata – O Retrato Musical do Povo", o projeto é assinado pelo carnavalesco Guilherme Estevão e pelos enredistas Sthefabye Paz e Caio Araújo.


         Será a segunda vez que a União do Parque Acari desfilará na Marquês de Sapucaí. A escola, conhecida pelas cores amarelo, rosa e branco, promete encantar o público no sábado, 1 de março, como a segunda escola de samba a se apresentar na noite.

           O enredo "Cordas de Prata – O Retrato Musical do Povo" tem como objetivo celebrar o Violão, apresentando sua relação e formação musical do povo brasileiro, destacando a diversidade cultural e influência dos diferentes ritmos e sons que compõem a identidade do nosso país.


    Confira a Sinopse:


    "CORDAS DE PRATA -


    O retrato musical do povo"


     


    Um dia viram um artesão colhendo raios de lua


    Para fazer minhas cordas de prata,


    Que vibravam e esticavam, amarrando o tempo.


    Musicando o vento, encantando quem passava.


    Dedilhava sobre madeira de pinho


    E por esse caminho minha vida se formava.


     


    Esse artista foi visto de maneiras diferentes,


    Pelo olhar de tanta gente, várias histórias se contavam.


    Ninguém sabe minha verdadeira origem


    Pois em cada canto, por cada povo,


    Construíram minhas rotas


    Ganhando, assim, tantos nomes e formas


    Sempre guiadas pelo valor de cada cultura,


    Pelo som de minhas notas.


     


    Talvez o artesão fosse um Deus,


    Como me contaram, um dia, na Índia.


    Como "veena" por Shiva fui tocada,


    E aos poetas ensinava os acordes que do instrumento sairia


    Formaram "sitares", me levando a todos os lugares


    Usando penas para vibrar suas melodias.


     


    Dizem também que meus artífices eram Árabes,


    Acompanhei Mouros viajantes em conquistas e cruzadas,


    Com sua arte fui tatuada,


    Por arabescos e filigranas em minha caixa


    Sendo "oud" e, depois a latina "guitarra".


    Tantos braços e tantas cordas ganhei


    Ao longo dessa jornada.


     


    Chegaria, finalmente, na Europa onde ainda fui adornada.


    Em feiras medievais, cantigas eu acompanhava


    Sendo o tom dos alaúdes, o som da poesia cantada


    No trobar dos trovadores, no teatro de padres e pastores,


    Na interpretação dos atores, na serenata de tantos amores.


    Como "viola" encantei as cortes


    Mas no "novo mundo" minha vida seria transformada.


     


    Cheguei em território tupiniquim como linguagem "erudita",


    Como ferramenta jesuíta para catequizar os donos dessa terra.


    Nesse período de cruel dominação,


    Bandeirantes exploravam esse chão, me levando em mãos,


    Escravizando e dizimando como em guerra.


     


    Mas ao poucos, esse tão sofrido povo me assumiria


    Unindo a nossa alegria como símbolo dessa nação


    Orientando cordéis e romarias; festas e cantorias


    De repentistas do sertão


    Acompanhando do fole, da sanfona e o cancioneiro


    Me tornei um grande brasileiro,


    O tão querido, de nome bonito: "violão"!


     


    Por aqui me vi popular,


    Passando a estar em todo lugar pelo apreço dessa gente.


    Em ponteios caipiras, nas caravanas de ciganos,


    Em sonetos gaúchos, em cortejos africanos,


    O som de maxixes e modinhas,


    O choro e a boemia dos malandros.


     


    Me acusaram de vadio, vagando devagar,


    Andando por bailes e ruas, por tantas mãos, de bar em bar,


    Tocando uma canção qualquer, só por cantar


    Escutando a alma dos músicos, que apertam ao seu peito


    O bojo perfeito "compondo" a solidão e o prazer de amar


    Desta maneira, virei a marca da cultura popular


    E passei a ensinar, também, o povo a sambar.


     


    Pelas mãos do sambista, lutei pela alcunha de artista


    Contra preconceitos, integrando novos gêneros e conceitos.


    Reafirmando a vocação de um país tropicalista,


    Fiz uma bossa nova em sua musicalidade


    E emoldurei para a eternidade tantos poetas e poetisas.


     


    Declamei às rosas de Noel e Cartola;


    Acompanhei o bandolim de Arlindo, o "Cavaquinho" e o "Viola"


    Os prazeres de Heitor e o dedilhar de Yamandú e Toninho;


    Estive nos braços de Nara e Powell mundo afora


    O som da madeira de "Carvalho", "Pinheiro" e Nogueira


    Com meus "Tons" estive perto de Vinicius e João Gilberto


    Fui "Luz" de Caymmi, de Caetano, Rita e Gil


    Estive "Alceu" "grande encontro" com "novos baianos"


    Sendo o maior companheiro de um Brasil!


     


    Texto: Guilherme Estevão


    Pesquisa: Guilherme Estevão, Sthefanye Paz e Caio Araújo.



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