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  • Tradição lança sinopse do enredo Trono Negro rumo ao carnaval 2024

    Redação em 26 de Agosto de 2023

    Nesta sexta-feira, 25, a Tradição lançou a sinopse do enredo que irá contar uma história de força e poder do povo preto. Reis e Rainhas de dinastias africanas e do mundo inteiro, anônimos e famosos, que no desfile da azul e branca de Campinho serão realeza soberana. Com o título Trono Negro, desemnvolvido pelo carnavaleco Leandro Valente, a escola afirma que seu desfile será um ato político. Um movimento que reunirá centenas de vozes que lutam pela igualdade, pela pluralidade e por um mundo de amor, justiça social e racial.

    No próximo carnaval, a Tradição será a sétima escola a desfilar na série prata do carnaval carioca, no dia 16 de fevereiro, pela Superliga carnavalesca do Brasil.

    Confira a Sinopse da Tradição 2024:

    SINOPSE DO ENREDO 2024

    Trono Negro

    Poder: a capacidade de domínio, de expressão da vontade ou até mesmo uma

    ação natural que se sobrepõe à vontade individual.

    Soberania: autoridade superior que não pode ser restringida por nenhum outro

    poder.

    Realeza: designação que caracteriza a existência de poder de um rei ou de uma

    rainha.

    Poderes Soberanos Reais. Assim, a Tradição se veste. Abre-alas para toda a

    nobreza passar. Cortes pretas, detentoras de tronos negros.

    África: berço ancestral do poder e da glória. Continente de reis e rainhas que

    lutaram pelo seu povo. Terra orgulhosa de seus impérios e dinastias. Solo sagrado de

    lideranças soberanas que marcaram a história da humanidade. Reinos milenares, do

    ouro e da ostentação. Do poder preto no Trono Negro. Trono de coroas de dente de

    sabre, adornadas com peles de bicho e folhas de ouro. Coroas de reis e rainhas da pele

    preta. Hatshepsut, a rainha mais habilidosa de uma antiguidade distante, Taharqa, rei

    da Nubia, Aníbal, rei de Catargo, Cleópatra VII, a rainha do Egito, Tenkamenin, rei de

    Gana, Mansa KanKan Mussa, rei de Mali. Sunni Ali Ber, rei de Sanghay, Makeda, a

    rainha de Sabá, Ja Já, rei de Opobo, Moshoeshoe, rei de basutoland, Idris Alooma, rei

    de Bornu, Osei Tutu, rei de Ashanti, Shaka, rei dos Zulus, Amina, rainha de Zazau.

    Nzinga, rainha de Matamba, Ranavalona, rainha de Madagascar entre centenas de

    soberanos do continente negro que pisam no cortejo solene da Tradição.

    Um ritual de passagem conclama os deuses da terra, protegidos por guerreiros

    para a purificação do solo. Caminho depurado para a realeza preta passar. Andores

    adornados em Axum, Gana, Mali, Iorubas e Congo carregam suas majestades rumo a

    celebração da existência do Trono Negro. Em procissão, súditos e nobreza empretecem

    a avenida do povo. Trazem bichos e exércitos de guardiões trajados com peles e

    braveza para a defesa do trono supremo e exaltam a riqueza do solo da mãe África.

    Com a diáspora, o Trono Negro plantou lideranças por todo o mundo. Reis e

    rainhas não pertencentes a uma dinastia, mas coroados com o poder de suas

    expressões, na arte, na ciência, na política e na construção de benfeitorias para a

    humanidade. Realeza que a Tradição promove a coroação. Notáveis pretos que

    merecem nossa coroa e reconhecimento. Aplausos e reverências. Nelson Mandela,

    Martin Luther King, Rosa Parks, Nina Simone, Elizabeth Eckford, James Brown, Bob

    Marley, Ray Charles, Chimamanda Ngozi, Barack Obama, Viola Davis, Katherine

    Johnson entre tantos líderes que revolucionaram o mundo por meio de suas vozes e

    existências.

    No Brasil, o Trono Negro possui emblemáticos donos de resistência, força e

    poder. Zumbi e Dandara dos Palmares, Tia Ciata, Luís Gama, Tereza de Benguela,

    Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Maria Firmino dos Reis, Pixinguinha,

    Cartola, Grande Otelo, Mãe Menininha do Gantois, Dona Ivone Lara, Pelé, Elza Soares,

    Gilberto Gil, Conceição Evaristo, Benedita da Silva, Elisa Lucinda, Zezé Motta, Glória

    Maria, Djamila Ribeiro, Bezerra da Silva, entre centenas de reis e rainhas pretos,

    brasileiros e donos do poder em distintos lugares da sociedade. Nos direitos humanos

    e em becos e vielas. O rei da quebrada, a rainha da favela, a coroa preta do povo. A

    arte, a dança, a música, o samba. Salve o samba! Salve toda raiz negra que exalta a

    dádiva de ser humano. Reis e rainhas do morro e do asfalto, do anonimato e da fama,

    da glória e da política. Marielle, presente. Anielle, obrigado!

    A realeza preta ocupa seu devido lugar e o Condor voa soberano, na defesa da

    liberdade, da igualdade, da resistência, do amor e do Trono Negro da História e da Tradição.

    Enredo, pesquisa e texto: Leandro Valente



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