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  • Sinopse e do enredo da Inocentes de Belford Roxo para o Carnaval 2013

    Lucia Mello em 18 de Junho de 2012

    A Inocentes de Belford Roxo entregou na tarde deste sábado (16), a sinopse do seu enredo para o Carnaval 2013 "As sete confluências do Rio Han", que fala sobre os 50 anos da migração coreana no Brasil.
    O enredo é de autoria do carnavalesco Wagner Gonçalves.

    Confira o texto:

    Enredo: As sete confluências do Rio Han
    Carnavalesco: Wagner Gonçalves
    Pesquisa e texto: Roberta Alencastro Guimarães e Wagner Gonçalves

    "A água me contou muitos segredos
    Guardou meus segredos
    Refez meus desenhos
    Trouxe e levou meus medos"

    Caetano Veloso

    O GRES Inocentes de Belford Roxo tem a honra de abrir o maior espetáculo da terra, apresentando o enredo As Sete Confluências do Rio Han. Conta com a proteção de Yondung Halmoni, a Deusa do Vento, e o desejo de águas calmas para fazer fluir sua história, acompanhada do bater dos tambores BUK e Janggu, que vêm dar acento a nosso samba.

    A escola traz as tradicionais moradas coreanas que há 50 anos vem imigrando para o Brasil. Vai contar 5.000 anos de história em uma saga poética e ilustrando algumas décadas da jovem nação que surpreendeu o mundo com seu avanço, crescendo com a força de um tigre. Vai entrelaçar passado - marcado por batalhas, resistências e luta, presente - com a afirmação de uma nova identidade - e o futuro que se afigura brilhante, no ritmo das águas e ao sabor das marés. Vai buscar no fundo das águas a força das mulheres mergulhadoras, as haenyos e vai contar o recomeço desta antiga nação, bela e resistente como sua Rosa de Sharon, a Mungunghwa, flor símbolo da Coréia do Sul.

    O homem é resultado das gerações que o procedem, de um longo processo acumulativo que desenha seus traços e molda sua cultura. Mas é um ser mutante, cuja vontade leva ao crescimento e às mudanças, ele domina seu destino, reverte caminhos, traça novos rumos para si. Assim é a Coréia, uma nação que decidiu mudar, escolheu um futuro para si e transformou-se radicalmente em um curto intervalo de tempo.

    No Brasil a crescente colônia coreana trouxe a riqueza de suas tradições e moldou-se ao país da antropofagia. A bordo do gigante navio holandês Tjitjalenka, os primeiros coreanos trouxeram seus sonhos de prosperidade. Navegar é neste sentido uma construção de ilusões. No Bom Retiro brasileiro a saudade e a esperança se encontram, a caminho da Liberdade. Nestes pontos a colônia se concentra para manter vivas as tradições dos homens que tem Hananim no coração.

    O enredo da Inocentes flui como água, usando a tradição e a contemporaneidade para mostrar a riqueza dual da nação. De forma lúdica vamos desdobrar cultura, religião, indústria e progresso como aspectos confluentes de um mesmo povo. Rituais, danças, alegorias, cores e sons peculiares vão contribuir para a personificação da Coréia na Marquês de Sapucaí.

    Vão rufar os yengos, invocando os espíritos e abrindo a dança para os céus - o calendário lunar avisa que é dia de festa para celebrar a boa colheita. A colheita que para nós é um belo desfile.

    As tradições milenares e a nova tecnologia se unem com a benção de Maytreia e a combinação dos traços dos povos que compõem um mosaico de cores e tons que simbolizam mais do que a inificação de bandeiras, reinos, dinastias, tradições. A soma é maior que as partes. O movimento das águas mistura e purifica. Suas correntes não aprisionam, libertam para a utopia que veleja entre o real e o imaginário, confluindo neste Rio de Janeiro, a cidade do Maravilhoso, que tem também a sua mistura, de ginga, paixão e fé, que orienta o Brasil.



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