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  • Sinopse do enredo da Unidos da Tijuca

    Lucia Mello em 20 de Julho de 2011

    A Unidos da Tijuca entregou na noite desta terça-feira a sinopse do seu enredo para o Carnaval em homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

    Intitulado de "O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar - o Rei Luiz do Sertão", o tema será desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros.

    Confira o texto:

    "O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar - o Rei Luiz do Sertão"

    "Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão;que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes,os valentes, os covardes, o amor."
    Luiz Gonzaga

    Toca a sanfona porque a festa vai começar!
    Abre e fecha esse fole que a comitiva vai chegar
    A Avenida é a estrada que leva sertão adentro
    E ninguém que aqui está esquecerá esse momento.

    De lembrar que, em noite de estrela, nasceu um rei no sertão
    Que virou majestade de tanto ensinar o baião
    Andando e cantando a história de seu povo
    Cem anos depois, ele vai ser coroado de novo.

    Convidamos reis e rainhas pra mostrar que desde menino
    Luiz Gonzaga, o Lua, já tinha de astro o destino
    Mostrava o sorriso e a alegria, cantava e dava lição
    Mas lá no fundo guardava saudade no coração.

    Senhoras e senhores, o roteiro dessa viagem
    Leva a terras distantes, onde um povo de coragem
    Desafia a seca e a poeira, do barro ganha a vida
    Esculpe a terra, tece a renda, de sol a sol nessa lida

    No mercado, montam a banca e é bonito de se ver
    E de tudo que há no mundo, nele tem para vender
    Cores, cheiros, sabores da cultura nordestina
    Lá se compra toda a sorte dessa vida Severina.

    Segue o comboio real, vai cruzando o caminho
    No lombo do burro, chega às terras de Vitalino
    O mestre da escultura, que todo mundo copia
    Bonecos que contam a vida, as coisas do dia a dia.

    Mas pra conhecer o sertão, é preciso ter coragem
    Atravessar a caatinga, seguir em frente a viagem
    Pedir benção, rezar com fé, ser beato, ser romeiro
    E reunir com toda a tropa, lá na Missa do Vaqueiro.

    Senhores, rainhas e reis, o Rei do Baião anuncia
    Que, depois de tanta reza, vai crescer a valentia
    É pegar a beira do rio, é ser Lampião e Corisco
    Pra conhecer a beleza do Vale do São Francisco.

    Andar pela margem pra ver a vida que brota dos rios
    O Velho Chico crescendo, com água que vem dos baixios
    A cana, os frutos, o gado, o canto do passarinho
    Cantar a saudade do rei, desse tempo de menino,

    Toca a boiada, vaqueiro! Segue em guarda o cangaço
    Que cada afluente que corre do Velho Chico é um braço
    Desce pro sul até ver carrancas que trazem a sorte
    A cara feia que espanta não deixa ter medo da morte.

    "Simbora" que vem a noite, é hora de ver balão
    Que as festas já começaram, tem "arraiá", tem quentão
    São José foi no plantio, na colheita é São João
    A quadrilha já tá pronta, vai ter forró e baião.

    E a sanfona anima o povo, todos vão se apresentar
    Pra comitiva real, ao som do fole brincar
    Bumba meu boi, maracatu, frevo, pagode e reisado
    E tudo que precisar pra gente ficar animado.

    Foi cantando pelo sertão que Gonzaga virou rei
    De tanto cantarem junto, sua canção hoje é lei
    Da poesia na praça, da valentia e coragem
    Sua lição ganha as rádios, difunde sua mensagem.

    Nas estações onde passa, vai contando sua vida
    Espalha alegria e raça, hoje ganha a Avenida
    E a Tijuca agora brinca e pra todo o mundo diz
    Que a estrela de Gonzaga no céu descansa feliz.

    Paulo Barros (carnavalesco)
    Isabel Azevedo
    Simone Martins
    Ana Paula Trindade



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