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  • Rômulo Ramos critica a criação do quesito Baianas nos Grupo de Acesso

    Lucia Mello em 10 de Agosto de 2009

    Se o Carnaval já existe com toda a sua pujança, e se esse mesmo carnaval vem resistindo a tantas transformações, vamos deixá-lo como está, e passar a criar, tão somente criar. Sim, vamos usar de criatividade sem querer inventar ou aparecer. É  melhor obedecer a ordem natural da vida em nome da arte, da Cultura e em respeito aos que são os verdadeiros e verdadeiras responsáveis pela história.
    Notamos que no desespero pela perda de seu filão maior, estão querendo para recuperar a visibilidade de mídia e também do capital que lhes fugiu, simplesmente por falta de capacidade de administrar e de conduzir um processo que não é de empresa particular, mas, sim, de uma coletividade chamada 'sambística'. Esse carnaval pertence a um povo e as escolas de samba são instituições filantrópicas que foram transformadas em empresas por força da evolução dos tempos. A chegada dessa louca modernidade, no entanto, tem levado pessoas a tomarem decisões isoladas ou até mesmo dentro de grupos que no nosso entender vem ferindo a grande massa que de fato é a responsável pela festa.
    Nós temos tantos e graves problemas no âmbito de nossas escolas e blocos como também em nossas comunidades ligadas direta ou indiretamente ao processo, que seriam de maior importância as defesas desses problemas e não estarmos nos importando com o que em nada somará para o Carnaval e muito menos para as agremiações que já atoladas em dívidas e outros compromissos, terão que absorver e administrar mais um.
    Vamos ao que de fato nos leva ao que entendemos ser desnecessário, sim, desnecessário, porque em nada somará já dissemos para o brilho e/ou crescimento de um desfile de escola de samba. Imputar julgamento como quesito para um seguimento que é dos mais tradicionais e relevantes dentro da nossa sociedade do samba não é correto. As baianas, junto da Velha-Guarda, deveriam sim, ser mais respeitadas ao invés de servirem de válvulas de escape para aqueles que queiram além de se locupletar fazer politicagem.
    Imaginemos se conseguirem fazer com que as nossas maravilhosas mães baianas, passem e ser quesito, e tenham que passar por julgamento como esse que já acontece. Logo esse... tão subjetivo, tão discutido, mal interpretado, duvidoso em dados momento. Por isso, fica a dúvida: será esse o caminho para se ter maior brilho, graça e desempenho dessa ala que já é tão prejudicada no Carnaval competitivo de hoje?
    Não inventem, basta de tantas substituições desnecessárias. Não vamos esquecer do que aconteceu com a nossa Velha-Guarda, com os nossos (as) passistas e o que vem acontecendo com os nossos casais de mestre-sala e porta-bandeiras. Deixem as nossas baianas em paz, não tirem as suas características e espontaneidade, as suas alegrias, a garra e o orgulho de ser. Essas mesmas pessoas que querem colocá-las em julgamento não tentam arrumar um meio de minimizar o que vivem as baianas por ocasião de um ensaio e também de um desfile oficial. Em muitas vezes, diretores de Carnaval e de Harmonia fazem as senhoras carregar suas pesadas fantasias por quilômetros antes e depois dos desfiles, além de terem que se trocar em via pública e ao final ainda serem empurradas e desrespeitadas na dispersão. Pensem nisso!
    Não vamos esquecer já substituimos as Velhas-Guardas pelas comissões de frente com a desculpa de que suas baixas performances causadas pela avançada idade vinham prejudicando as suas escolas de origem. Será que essas jovens e intrépidas comissões vêm atendendo satisfatoriamente o que pleiteavam os que assim pensavam? Não é o que estamos assistindo, pois, as notas vindas dos julgadores e que não são as tão almejadas tem levado a troca constante entre as escolas dessas magníficas comissões, e seus ensaiadores, no entanto, as Velhas-Guardas continuam as mesmas dentro de cada agremiação.
    'Mães bainas Mães', vamos acender as nossas velas, os nossos defumadores, bater as nossas folhas, cantar para os nossos Orixás, rezar para os nossos Santos e pedir ao bom Deus sorte e sucesso para esses inventores, respeitando todas as decisões. Porém não vamos abrir mão do direito de ser as verdadeiras baianas dentro de todo esse processo, com ou sem mudanças. Vejamos o exemplo da Velha-Guarda que mesmo tendo perdido a sua posição dentro da escola e o direito de vir apresentado-a, não deixaram de ser a VELHA GUARDA. Temos certeza que mesmo sendo preteridas e julgadas por quem quer que seja, vocês continuarão sendo nossas avós, mães e tias aquelas que estarão sempre prontas e sem cobrar um níquel se quer para defender suas escolas do coração. AXÉ.

    * Rômulo Ramos é diretor de Carnaval do Arranco e diretor social da Escola de Mestre Manoel Dionísio. Além disso é comentarista do programa 'Vai dar Samba', nas rádios Roquette Pinto e Manchete Am

    Fonte:  O Dia na Folia



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