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  • Porta-bandeira Squel Jorgea, ex-Mangueira, e Carlinhos do Salgueiro, coreógrafo da Vermelho e Branco, gravam depoimentos no Museu do Samba

    Redação em 07 de Outubro de 2022

    O Museu do Samba gravou na última quarta-feira, 5 de outubro, mais uma rodada de depoimentos para o projeto Memória das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro, acervo audiovisual da instituição. Coreógrafo e ícone salgueirense, Carlinhos do Salgueiro foi o primeiro a ser entrevistado pela equipe de pesquisadores do museu. Na sequência, foi a vez da porta-bandeira Squel Jorgea, que defendeu o pavilhão da Estação Primeira de Mangueira nos últimos oito anos e que anunciou, recentemente, o encerramento da carreira.

    Squel criticou a extrema padronização da dança dos casais de mestre-sala e porta-bandeira com coreografias. Segundo ela, até os sorrisos estão se tornando todos iguais. "Eu sou uma porta-bandeira tradicional, não admito ser domesticada por uma coreografia", enfatizou. A sambista contou sua trajetória, desde o primeiro desfile como passista – que detestou – até a consagração como porta-bandeira, com passagens pela Grande Rio, Mocidade e Mangueira, escola do seu coração e de toda sua família.

    "Vivo o carnaval de forma intensa há 23 anos, desde os meus três anos como segunda porta-bandeira na Grande Rio e ao longo dos meus vinte anos como primeira porta-bandeira. Completei no último carnaval um número que me deixa feliz com relação à minha carreira, foi um grande aprendizado", completou Squel.

    Professo de dança, dançarino e coreógrafo, Carlinhos do Salgueiro desfilou memórias da carreira, desde a primeira vez em que coreografou um grupo, aos 13 anos, para uma festa junina. E falou de sua grande paixão, o Salgueiro, escola em que se tornou um dos mais reconhecidos coreógrafos do Carnaval brasileiro.

    Um dos temas da conversa foi sobre a relação dos passistas com as agremiações. "Os passistas são os que recebem menos apoio em uma escola; é preciso ter muita dedicação e personalidade para ser respeitado", defendeu. Conhecido por ser extremamente profissional e exigente nos ensaios, Carlinhos não se imagina longe dos desfiles e tem um desejo. "No futuro, acho que vou ser diretor de Carnaval", revelou.

    O projeto Memória das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro conta com apoio do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e já possui mais de 160 gravações em vídeo que documentam histórias e memórias de personalidades do samba e do carnaval – cantores, compositores, mestres de bateria, porta-bandeiras, mestres-salas, passistas, entre outros.

    O material está disponível gratuitamente para consulta e pesquisa, mediante agendamento pelo e-mail contato@museudosamba.org.br. 



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