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Piloto muito emocionado em representar o ídolo do Automobilismo
Lucia Mello em 12 de Março de 2014
Alexandre Doretto, piloto da Fórmula 3, conquistou o campeonato pela Unidos da Tijuca ficou muito emocionado em representar o homenageado no carnaval do Rio.
Natural de São Paulo, Alexandre, 32 anos, começou como muitos outros que atuam nesse esporte: pelo kart, categoria, esta, onde teve algumas vitórias. Mas pilotar não era seu único talento. Depois de alguns anos, mais precisamente em 2010, Doretto conheceu o Road to Indy, um programa de capacitação que conduz os pilotos ao mais alto nível do esporte nos EUA, oferecendo aos profissionais, e suas equipes e patrocinadores, inúmeras experiências dentro e fora das pistas.
Impressionado com o alcance do programa tanto em termos profissionais quanto de sucesso de publico,Alexandre passou a se dedicar também a trabalhos de desenvolvimento e avaliação técnica dentro da industria automobilística, onde se tornou, inclusive, piloto de testes de marcas como Ford, Iveco, Subaru, Hyundai e BMW, até ingressar, em 2013, na Fórmula 3 pela equipe Chemin Racing, onde está atualmente
Segue um bate-papo que já fizemos com ele:
Ayrton era seu ídolo na infância?
Sim. Foi com ele que aprendi a gostar de Fórmula 1. Me lembro que que eu tinha uns 6 anos quando ouvi pela primeira vez o Galvão Bueno gritando: Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!!!
Quando ouvi isso, pensei: piloto de corridas, é o que quero ser quando crescer!
- Como foi seu início como piloto?
Foi com kart amador, quando se tornou mais acessível financeiramente. Eu tinha uns 12 anos. Eu não tinha “mesada” e me lembro que cheguei a ir para a escola a pé para guardar o dinheiro da passagem de ida e volta do ônibus por um mês para poder andar apenas 20 minutos de kart. E ainda dizia para o meu irmão: não conta pra mãe!
- A forma de correr do Senna te influencia de alguma maneira?
Sim, sem dúvida. Por mais distante que eu esteja do talento incontestavelmente acima da media que ele possuía, tenho ele como referência dentro e fora das pistas. Ele era muito disciplinado e determinado. Isso conta muito na carreira.
- Por que você foi convidá-lo para representá-lo?
Bem, quando entraram em contato comigo pela primeira vez, me disseram apenas que foi por uma indicação e que havia outros pilotos sendo entrevistados.
Após assistirem alguns videos meus, me disseram que fui escolhido porque detectaram em mim uma grande vontade de vencer e que isso tinha tudo a ver com o tema.
Precisavam de alguém com intimidade com carros de corridas, focado e, acima de tudo, comprometido com a grandiosidade do evento e da homenagem.
Acredito que a somatória de desses itens me trouxeram até aqui.
- O que você acha dessa homenagem?
Ayrton Senna é o tipo de personalidade que deveria ser homenageado todos os anos. Lembrado sempre para que as novas gerações o conheçam. Para lembrar todo brasileiro que, em meio a tantos problemas que enfrentamos, pessoais e sociais, é possível vencer de maneira digna e grandiosa. Basta se dedicar e acreditar em você mesmo. Eu mesmo tenho um sonho e acredito nele.
- Qual é a sensação de representá-lo diante do povo brasileiro que mesmo depois de 20 anos nutre uma verdadeira devoção a Senna?
Isso eu ainda não consegui colocar em palavras. Sou uma pessoa comum, um anônimo que por 50 minutos, terei junto com a Unidos da Tijuca, o mundo todo de olho em nós. Como uma pessoa comum, ainda não consegui mensurar tamanha responsabilidade. No momento, só consigo afirmar que estou extremamente honrado.
- E quais são seus planos de carreira? Você tem a F1 como meta? Em quanto tempo?
Tenho ciência da utópica chance de eu chegar à Formula 1. Sei do enorme obstáculo financeiro e político para se chegar lá. Mas, Deus é grande demais e pode fazer coisas incompreensíveis ao nosso entendimento. No momento, a Formula Indy é meu caminho mais concreto e é no que estamos trabalhando. A dificuldade de ir para a Indy não é menor, mas já estive por lá negociando alguns caminhos. Para lá, é perfeitamente possível. Tres anos, é o tempo do meu projeto para estar lá.
- Qual é a sua relação com o Samba e o Carnaval? Já tinha assistido algum desfile na Sapucaí?
Relação Zero!!! Nunca tinha passado nem perto da Sapucaí. Conhecia apenas pela TV. Nunca imaginei me envolver com o carnaval. Achava muito distante da minha realidade.
Agora, tenho meu primeiro contato com o carnaval, “desfilando”, em um das maiores escolas do Brasil e representando Ayrton Senna. Como dizia o Galvão Bueno: HAAAJAA CORAÇÃAAAOO!!!
- E a Unidos da Tijuca? Você já tinha algum relacionamento ou admiração pela escola?
Não, relacionamento algum. Mas o pessoal da escola é tão acolhedor, tão atencioso e comprometido que eu tenho a impressão que já nos conhecemos há muito tempo.
Tive a oportunidade de conhecer a escola como um todo. Estou impressionado com o profissionalismo do carnaval e posso dizer que existem muitas empresas multinacionais que não possuem a estrutura que a Unidos da Tijuca possui. É tudo muito organizado. São muitos departamentos e muita gente envolvida. Tudo com o mais alto grau de profissionalismo e comprometimento. Já sou Tijucano!