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O Unidos do Porto da Pedra anuncia Lourdes Barreto em seu desfile de 2026
Redação em 29 de Outubro de 2025
Referência na luta pelos direitos das profissionais do sexo, Lourdes Barreto fará parte do desfile do Unidos do Porto da Pedra no Carnaval 2026. Prostituta, ativista e escritora, Lourdes é uma das vozes mais importantes na defesa da dignidade e dos direitos humanos de mulheres marginalizadas, representando com autenticidade e força o enredo da escola "Das Mais Antigas da Vida, o Doce e Amargo Beijo da Noite", desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes e o enredista Diego Araújo.
O enredo mergulha na trajetória e na humanidade das profissionais do sexo, mulheres que, apesar do estigma e da exclusão, resistem, sustentam lares, movimentam economias e constroem laços de afeto e solidariedade. O Unidos do Porto da Pedra propõe um olhar sensível e respeitoso sobre essas mulheres que fazem parte da história e da cultura do país.
Mauro Quintaes destaca que a presença de Lourdes simboliza o coração do enredo. "Lourdes Barreto é uma dessas mulheres que transformam dor em força e luta em legado. Sua presença no nosso desfile é um ato de respeito e reconhecimento. Ela é, em essência, o que o nosso enredo busca retratar: a mulher real, humana e digna de ser celebrada."
Em 2024, Lourdes Barreto foi reconhecida pela BBC como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo, figurando entre as três brasileiras da lista. No mesmo ano, participou do documentário "Puta Retrato" e do programa "Conversa com Bial", ambos disponíveis no Globoplay. Militante histórica, Lourdes foi uma das fundadoras da Rede Brasileira de Prostitutas e criou o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (GEMPAC), referência nacional na defesa de direitos. Também integra a Plataforma Latina Americana de Pessoas que Exercem Trabalho Sexual (PLAPERTS) e é autora da obra "Puta autobiografia".
Para Lourdes, desfilar no Porto da Pedra representa mais do que uma homenagem. "Estar na avenida é ocupar um espaço de liberdade, de corpo e de fala. É o reconhecimento de uma história coletiva que sempre existiu, mas raramente foi contada. O carnaval é um ato político e de amor, e eu me sinto profundamente honrada por estar ao lado de tantas mulheres e homens que acreditam na transformação através da arte."

