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  • O reinado de Júlia Lira, de 7 anos, à frente dos ritmistas da Viradouro está nas mãos da Justiça

    Lucia Mello em 27 de Janeiro de 2010

     A 1ª Vara da Infância e da Adolescência do Rio de Janeiro está estudando a participação da menina como rainha de bateria da escola. Em respeito à Lei Orgânica do município, a juíza titular Ivone Ferreira Caetano prefere não se pronunciar sobre o caso, mas diz que está avaliando o pedido da escola de ter a menina no carnaval. Mas, de acordo com o Conselho Tutelar do Rio de Janeiro, a Viradouro terá de cumprir uma série de requisitos para desfilar com Júlia Lira à frente da bateria.
    “O pai e a mãe devem estar presentes no dia do desfile. Além disso, a criança não pode desfilar próxima a um carro alegórico, nem com trajes como biquíni. Levamos também em consideração o horário do desfile. A criança não pode ficar exposta até a madrugada”, afirma a conselheira tutelar Márcia Regina Alves.
    O presidente da Viradouro, Marco Lira, que é pai de Júlia, disse que vai encaminhar à 1ª Vara o desenho da fantasia da filha para apreciação da juíza. “Vamos mandar esta semana o figurino para a juíza para ver se ela aprova. A Viradouro vai respeitar todos os trâmites legais. O que a Justiça determinar vai ser aceito de pronto, mas estamos bastante esperançosos”, conta.
    Caso a participação de Júlia seja negada, o presidente Marco Lira garantiu que a vermelha e branca de Niterói não ficará sem rainha de bateria. “Nossa escola já teve nomes como Juliana Paes. Tenho um plano B na manga, mas só prefiro comentar caso a Justiça não permita que Júlia seja nossa rainha”, disse o presidente da escola. “Mas isso, com certeza, criaria uma frustração muito grande na minha filha. O desfile não teria a alegria que deveria ter com uma criança pura como ela”, acredita.
    Edson Pereira, um dos carnavalescos da Viradouro ao lado de Júnior Schall, é quem desenhou a fantasia de Júlia. Ele prefere não adiantar o que a menina vai representar no enredo “México, o paraíso das cores, sob o signo do sol”, mas confirmou que uma das preocupações na hora de conceber a roupa foi não expor o corpo de Júlia.
    “Temos muita sensibilidade na roupa dela, porque se trata de uma menina. Minha preocupação é deixá-la à vontade e vestida como uma criança de fato”, comenta Edson, que vê com bons olhos a iniciativa de a escola levar para a Sapucaí uma rainha mirim. “Acho muito importante trazer o futuro do samba na Avenida, ainda mais à frente da bateria, que é o coração da escola. Tenho certeza de que ela vai fazer muito bem o papel dela”.
    Enquanto não sai a decisão da Justiça, Júlia Lira curte os momentos de fama. Depois de participar do único ensaio técnico da Viradouro na Marquês de Sapucaí, a menina também marca presença na quadra da escola, em Niterói, onde samba à frente dos rimistas comandados por Mestre Jorjão, toda terça e sábado.
    “Eu acho divertido sambar”, comenta Júlia, que diz adorar o samba desse ano. “Gosto mais da parte do meio: ‘Chegam piratas, joias se vão / Olhos vidrados em busca do ouro / Pro fundo do mar vai a ambição / Ninguém vai levar o meu tesouro”, cita Júlia.
    A mãe, Mônica Lira, conta que a rainha mirim sempre gostou de sambar. “Ela nasceu nesse meio, já acompanhou o pai nos desfiles e adora dançar em casa. Como mãe, eu estou muito feliz”, diz a primeira-dama da escola, que estava habituada a desfilar como destaque no abre-alas da Viradouro. “Este é o ano da Júlia. Vou acompanhá-la bem de pertinho na bateria”.
    A Viradouro é a quarta escola a desfilar no domingo de carnaval (14 de fevereiro).

    Por: Divulgação



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