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  • O FEAT QUE QUEREMOS

    Redação em 17 de Abril de 2025

    Durante sua sexta edição, que reuniu público total de 14 mil pessoas, Queremos! Festival amplia parcerias ao promover articulação com 200 agentes culturais de redes de potências de diversos territórios do Rio 

    Em uma ação ligada a seus 15 anos, o Queremos! promoveu um encontro estratégico reunindo mais de 200 articuladores, artistas, inovadores e produtores culturais de diferentes territórios da cidade do Rio de Janeiro ao longo dos quatro dias da sexta edição do festival, que de 10 a 13 de abril reuniu um público de 14 mil pessoas, distribuídas por quatro diferentes locais. O objetivo central da iniciativa, intitulada "O FEAT QUE QUEREMOS", foi fomentar o relacionamento e a articulação em rede, visando a construção de parcerias que impulsionem a cena musical para além do circuito convencional, gerando impacto, inovação e promovendo uma discussão sobre a expansão e a integração de diversas perspectivas sobre música e cidade.

    Ao longo de quatro dias, de 10 a 13 de abril, em quatro diferentes espaços - Vivo Rio, Circo Voador, Marina da Glória e Teatro Casa Grande - o evento acolheu uma diversidade de agentes culturais, de inovação e profissionais da indústria da música, incluindo representantes de rodas de rima, produtores e criadores de baile funk, slams indígenas, centros culturais e coletivos de inovação, oriundos de distintos territórios da cidade. Amaro Freitas, Anelis Assumpção, Arnaldo Antunes, Liniker, Luedji Luna, Nabiyah Be, Sophia Chablau & Felipe Vaqueiro e Yago Oproprio, além das atrações internacionais Hermanos Gutiérrez e Yaya Bey, mais sete DJ sets, incluindo performances icônicas em B2B, se apresentaram.

    Babi Bono que, através do projeto Conecta Cria, capitaneou o encontro, em colaboração com Geisa Lino, da Redes da Maré, destaca o reconhecimento do potencial criativo e inovador pulsante nas periferias e demais territórios da cidade, frequentemente fora do eixo tradicional da indústria musical. "Este movimento coletivo demonstra que a verdadeira inovação e o rico repertório cultural que movimentam a cena musical carioca em novas direções emanam do que entendemos como o centro expandido da cidade – as periferias", enfatiza Babi. "Vemos esta articulação como uma forma de fortalecer a descentralização dos investimentos, conectando a experiência e a plataforma do Queremos! com quem está produzindo música e agitando a cena em diversas frentes. É um verdadeiro 'feat' de potências, construindo uma rede de articulação e criação que visa colocar nossos contatos a serviço da geração de novas oportunidades para a música na cidade, para os investimentos, para as marcas e para os parceiros. Em vez de atuarmos isoladamente, o Queremos! busca ser um elo fundamental na construção dessa teia colaborativa."

    A parceria estratégica tem como meta estreitar o relacionamento do Queremos! com esses agentes, pavimentando o caminho para a construção de uma plataforma de atuação conjunta. O intuito é promover a conexão e a cocriação de iniciativas e projetos culturais que, em sinergia, gerem impacto e legado, além de ampliar os investimentos públicos e privados para toda a cadeia produtiva da música. Os próximos passos incluem um mapeamento do calendário de eventos e projetos desses agentes, seguido de um trabalho colaborativo para identificar soluções que amplifiquem suas ações e experiências, utilizando também a plataforma do Queremos! que, em 2025, está completando 15 anos.

    Pedro Seiler, diretor do Queremos!, reforça o compromisso de longo prazo do festival com essa visão: "Não é uma ação isolada, é um compromisso contínuo do Queremos! com a transformação da cadeia produtiva da música no Rio. Temos a responsabilidade de usar nossa visibilidade para amplificar vozes que historicamente foram silenciadas e para direcionar investimentos para onde a verdadeira efervescência cultural acontece. Quem pensa que a inovação musical tem CEP único está equivocado. O futuro da música no Rio passa por essa integração, por essa troca de saberes e por essa construção coletiva", diz.

    Na mesma linha, Felipe Continentino, também diretor do Queremos!, destaca a urgência e a importância dessa articulação: "O 'FEAT QUE QUEREMOS' é um grito pela urgência de reconhecermos a riqueza cultural multifacetada que pulsa na nossa cidade. Não podemos mais ignorar o impacto e a qualidade da produção musical que emerge de territórios diversos. Essa articulação é um passo fundamental para desconstruir barreiras, para fomentar a colaboração e para garantir que o investimento em cultura alcance toda a sua potencialidade. Não queremos apenas apresentar festivais: queremos ser agentes de uma mudança estrutural na forma como a música é produzida, distribuída e consumida no Rio."

    Sinalizando um movimento promissor para a integração e o fortalecimento da diversidade cultural na cena musical carioca, diversos representantes de iniciativas impactantes marcaram presença no evento, ilustrando a riqueza e a diversidade da produção cultural da cidade. Entre eles, destacam-se as parcerias com a Tucum / Casa Tucum (que articulou a presença dos artistas indígenas), o Instituto Ademafia, os coletivos da Providência e a Redes da Maré.

    A iniciativa é parte da entrega do Conselho Consultivo do festival, formado por quatro mulheres que atuam em frentes complementares do mercado de entretenimento, música e criatividade do país: Babi Bono (ex-Rock in Rio e especialista em Marketing Digital, Brand Entertainment e Creator Economy, fundadora da Lemme Content e do Conecta Cria), Geisa Lino (gestora e ativadora cultural, diretora da Redes da Maré e do Festival WOW), Luciana Adão (especialista em Inovação Cultural, Coordenadora da Área de Cultura do Oi Futuro), Michelly Mury (label Manager na Altafonte e curadora artística do Festival Feira Preta).

    Conheça mais sobre as iniciativas presentes no Festival

    2050 Future Company: laboratório criativo de arte, moda e tecnologia fundado no Morro Santo Amaro, conectando inovação e cultura periférica.

    Amanda Santana: indigenista e fundadora da Tucum Brasil, atuando na valorização da arte indígena e descolonização da sociedade.

    Arena Samol e Coletivo do Monte: coletivos do Morro da Providência que promovem transformação social através da arte, produção e organização comunitária, gerando renda e fortalecendo vínculos territoriais.

    Danilo Canindé: ator indígena periférico em retomada junto ao povo Canindé.

    Decodifica: instituto criado na favela que forma, articula e mobiliza juventudes negras e periféricas por meio da arte, dados e comunicação.

    Domina Funk: empresa que conecta instituições e o movimento funk para gerar valor mercadológico e sociocultural.

    Galeria Providência: projeto cultural inovador que transforma o Morro da Providência em uma galeria de arte a céu aberto.

    Galo da Providência: primeira Agência Escola de Comunicação para Jovens da Providência, capacitando jovens em diversas áreas da comunicação.

    Igor Pedroso: artista amazônida, com participação na série Cidade Invisível/Netflix.

    Instituto Ademafia: organização social que utiliza o skate, a cultura e a arte como ferramentas de transformação social no Morro Santo Amaro.

    Kaê Guajajara: cantora e multiartista indígena da periferia da Maré.

    Lado B: centro cultural que celebra a cultura preta, periférica e underground.

    Lian Gaia: atriz e performer indígena periférica do povo Kariri.

    Mostra Maré de Música: projeto da Redes da Maré que promove shows gratuitos, conectando artistas consagrados e talentos das periferias.

    Nathalia Grilo: DJ, curadora, consultora de artistas e autora que investiga a espiritualidade na música negra global.

    O Clube do Disco: comunidade dedicada à escuta ativa da música e ao resgate da memória e da coletividade através do vinil, com foco na música brasileira.

    Redes da Maré: organização da sociedade civil com atuação no conjunto de favelas da Maré, desenvolvendo ações em diversas áreas para garantir direitos aos moradores.

    Samol Projetos: associação voltada para o desenvolvimento integral de crianças do Morro da Providência através do esporte, educação, arte e inclusão social.

    Tecoara Baré: multiartista do povo Baré.

    Tucum Brasil e Casa Tucum: plataforma que fortalece a arte indígena através da comercialização justa e conexão direta com povos originários.

    Winona Evelyn: multiartista indígena favelada da Vila da Penha e criadora do Slam Sereno.

    CONSELHO CONSULTIVO QUEREMOS!

    https://www.instagram.com/p/DH4FUCBgJ_B/ 


    FOTO: PATRICK SISTER



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