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  • Novo Império divulga sinopse do enredo e anuncia encomenda do samba-enredo para 2026

    Redação em 23 de Junho de 2025

    Desfilando pela Série Bronze do carnaval carioca, a Novo Império divulgou a sinopse do seu enredo para o carnaval de 2026. A agremiação levará para a Intendente Magalhães o tema "No canto sagrado dos pajés e curandeiros: A cura que brota da floresta", desenvolvido pelos carnavalescos Alex Santiago e Elvis Luiz. A escola optou por encomendar o samba-enredo aos compositores da casa. A obra será apresentada no dia 7 de setembro em grande festa de aniversário da agremiação.

     SINOPSE


    Com as bênçãos dos pajés e curandeiros, a Novo Império levanta seu pavilhão para cantar a força ancestral da mata. Entre o gorjear dos pássaros e o dançar das árvores ao som das cascatas, surge a magia que perfuma a vida com cheiro de beijoim. As energias de Ossain e aroni, num bailado místico, convidam a todos para um banho de fé e renovação.


     


    Invocamos o "Senhor das Folhas" e o poder curativo das plantas medicinais, herança dos nossos ancestrais, que maceram a dor e eliminam epidemias. Ao som do samba, as sementes do amor florescem, curando feridas e trazendo esperança. De bengalas que quebram mandinga a caboclos que evocam "Okê Arô!", a sabedoria antiga ressurge: o pajé, o curandeiro, o avô que ensina o banho de abô, todos eles guardam o segredo da floresta, a receita infalível contra o medo.


     


    Eis que a alegria faz morada: saravá, atotô! Que o axé corra livre na Avenida, pedindo mais amor e proteção. É a festa do canto sagrado, onde a cura não vem apenas das folhas, mas também do sorriso, da comunhão e do compasso do nosso coração. Que o tambor do samba exale o aroma das flores e afaste todos os dissabores, numa celebração da vida, da fé e da energia que brota do ventre do Ayê.


     


    SETOR 1 – O CHAMADO DA FLORESTA E DE SEUS GUARDIÕES


    O primeiro setor estabelece a conexão fundamental entre homem e natureza. As bênçãos dos pajés e curandeiros são a base de toda a narrativa, anunciando que a cura – tanto do corpo quanto do espírito – nasce do contato profundo com a mata e suas energias. A exaltação dos sons e aromas demonstra como a alegria e o equilíbrio podem florescer quando respeitamos e valorizamos a sabedoria natural.


    Vamos ser transportados ao interior da floresta, onde a natureza é a grande protagonista. O canto dos pássaros (o gorjear que anuncia a vida) e o balançar das árvores ao som das cascatas servem como sinal de boas-vindas. Pajés e curandeiros surgem como guardiões sagrados, a ponte entre o mundo natural e o espiritual. São eles que trazem a ancestralidade em cada reza, em cada folha sagrada.


    O cheiro de beijoim perfuma o ar, anunciando o poder místico que paira sobre o ambiente. Nesse contexto, surgem as energias de Ossain e Aroni – entidades que dançam num bailado ritualístico, convidando todos a mergulhar nesse universo de fé, renovação e respeito à Terra. A força do primeiro setor está em mostrar que a floresta não é apenas paisagem: ela é viva, mágica e protetora, abençoando cada passo desse desfile.


     


    SETOR 2 – O SENHOR DAS FOLHAS E A CURA PELOS SABERES ANCESTRAIS


    No segundo setor, o desfile destaca a força da herança ancestral e o valor do conhecimento transmitido pelos mais velhos. Ao incorporar São Benedito (em sincretismo com Catendê), o enredo expande a noção de que as crenças se entrelaçam, somando catolicismo popular e tradições africanas em torno do valor medicinal das plantas. Assim, as folhas se tornam ponte entre a terra e o divino, reforçando que a maior farmácia do mundo está na própria mata, onde fé e natureza se unem para curar corpo e alma.


    Assim, aprofunda-se no poder curativo das plantas, transmitindo a ideia de que a mata não apenas encanta com sua beleza, mas também oferece remédios naturais capazes de eliminar enfermidades. O "Senhor das Folhas" é a figura central que, com sabedoria milenar, conhece cada erva e suas propriedades. É ele quem macera, amassa e prepara unguentos, chás e banhos purificadores para afastar as epidemias e trazer equilíbrio espiritual.


    Neste cenário, São Benedito, cultuado como símbolo de humildade e caridade, surge em sincronia espiritual com Catendê, reforçando o sincretismo religioso. Assim como Catendê, São Benedito é lembrado por sua proximidade com as ervas e seu poder de cura, demonstrando que o conhecimento da floresta, aliado à fé, atravessa barreiras culturais.


    Aqui, vemos ainda como a tradição se manifesta na bengala do velho que, ao bater no chão, "quebra a mandinga" e protege contra o mal. Os caboclos, ligados à raiz indígena, mostram sua bravura e fé ao bradarem "Okê Arô!", saudação e pedido de força aos Orixás da natureza. Esse setor ressalta a herança dos antepassados que, de geração em geração, compartilham o conhecimento sobre as folhas e as formas de cura.


     


    SETOR 3 – O CARNAVAL COMO A CURA PELA ALEGRIA


    No último setor, a festa explode em cores, ritmos e sorrisos, representando o ponto alto dessa narrativa de cura. Surge então o Carnaval como o grande remédio da alma, a manifestação cultural que une a todos em comunhão. Aqui, a cura não se dá apenas através das ervas ou dos banhos de abô, mas também pela alegria, pelo riso e pela dança. O toque dos tambores e a vibração do samba elevam o espírito, trazendo axé, proteção e amor.


    Assim, "Saravá, atotô!" ecoa pelo ar, pedindo ao divino que leve embora todas as dores e dissonâncias. O samba, agora fortalecido por tudo que foi vivido ao longo do enredo, se torna capaz de afastar os dissabores e trazer a esperança. É o instante em que floresce a certeza de que a fé, aliada à alegria, é capaz de encantar e curar os corações.


    A Novo Império, ao conduzir esse percurso pela floresta sagrada e pela sabedoria ancestral, lembra a todos que o segredo da cura está tanto nas folhas quanto na festa. A comunhão entre a natureza, a fé e a alegria revela o poder infinito da vida, celebrando a esperança em cada batida do samba, em cada gesto de amor, em cada sorriso na avenida.



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