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  • MUITO PRAZER! ISABEL DE BRAGANÇA OU DRUMOND ROSA DA SILVA, MAS PODE ME CHAMAR DE VILA

    Lucia Mello em 25 de Junho de 2010

    Oh, minha Vila! Oh, minha Vila, querida! Você é amor, é poesia, samba e alegria! Quem já não ouviu falar de você?!
    No início, você foi o berço de índios Tamoios e Tupinambás. Com a chegada dos portugueses e a fundação da cidade do Rio de Janeiro, vieram os Jesuítas que difundiram em suas terras grande plantação de cana-de-açúcar. Nessa época lhe chamavam de Fazenda dos Macacos.
    Com a fundação do Império do Brasil, no ano de 1822, o Imperador  D. Pedro I lhe adotou como sua preferida. Tanto que foi o dote de casamento de D. Pedro a Duquesa de Bragança. Virou uma espécie de residência da Família Real.
    Um dia passou para outro dono, o Sr. João Batista Viana Drumond, o nosso conhecido Barão. E foi com ele que começou a crescer realmente. E vejam só, chegaram a fundar uma Companhia Arquitetônica na cidade só para lhe urbanizar. Ruas e avenidas no modelo francês, batizadas quase que em sua totalidade com nomes de abolicionistas famosos ou de moradores ilustres como: Joaquim Nabuco, Bezerra de Menezes, Manoel de Abreu, Teodoro da Silva e outros tantos. De quando em vez recebia a visita do Imperador D.Pedro II que guardava muito carinho e admiração. Começou a ter vida própria, ganhou um zoológico no antigo caminho do goiabal. Logo chegaram os bondes e com eles muitos admiradores. Suas ruas se encheram de gente bonita e bem vestida.
    O século XX chegou e, logo, novas transformações chegaram. Sua avenida principal era o Boulevard, nela misturando-se a elegância francesa e amabilidade carioca. Foi crescendo. Apareceram fábricas e com elas mais moradores. Uma delas, a Fábrica Confiança de Tecidos. O dono do estabelecimento, Seu Luiz Alves, pernambucano como quase todos os operários da Confiança, trouxe consigo um pouco da herança de sua terra. Através dele, por suas ruas, desfilou o mais importante Frevo da cidade "Os Lenhadores".
    Nos dias de carnavais, as batalhas de confetes nos bondes e nas suas ruas eram inenarráveis. Com carros próprios ou até mesmo alugados, os corsos eram esperados com ansiedade. Com suas capotas arriadas, os automóveis exibiam odaliscas, sultões, piratas e tantos outros personagens que desfilavam sob chuva de confetes e serpentinas.
    O gosto pelo samba foi tomando conta do bairro. Cada vez mais, noites iam se enchendo de cadência e compasso. E lá do alto do Morro que ainda lembra seu nome, Morro do Macaco, em 1946, surgiu, das mãos de Seu China, a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel.
    Aquele que mais lhe cantou e exaltou em verso e prosa, não viu nascer a sua Agremiação carnavalesca. O “poeta da Vila”, Noel Rosa, foi jovem para o espaço sideral. A vida de “queixinho”, como era carinhosamente chamado pelos amigos, foi de notas musicais. Seus belos sambas animavam carnavais. Noel brincava em blocos, como o “Faz Vergonha”, e vivia em meio aos malandros e dançarinas de cabaret. Subia os morros da cidade para compor com os compositores que lá viviam. De bar em bar, e de amores em amores, tecia as suas canções. Freqüentava serestas e serenatas sob a luz das estrelas em diversos pontos do bairro, como a Leiteria Vita e o Ponto-do-Cem-Réis.
    A partida de Noel deixou em você, minha Vila, grande saudade!!! Mas, a presença do “seu poeta maior” se faz viva por todos os seus cantos, como nas calçadas musicais e na escultura que fizeram para homenageá-lo localizada logo no início do Boulevard. Saudades de ti, Noel!!!!
    Alex Varela (historiador do GRES Unidos de Vila Isabel), Ana Colatino, Julio Cerqueira & Rita de Cássia
    Nota: Nova versão do Enredo do GRES Unidos de Vila Isabel apresentado, no ano de 1994, pelo carnavalesco Oswaldo Jardim (In Memoriam).

    Por: Divulgação

     


     



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