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  • Matheus Nachtergaele: "Será uma responsabilidade representar Joãosinho Trinta no cinema"

    Lucia Mello em 07 de Novembro de 2009

    Uma viagem ao ano de 1974, quando Joãosinho Trinta assumiu como carnavalesco do Salgueiro e foi campeão, é o ponto de partida do filme "Trinta", do diretor Paulo Ricardo Machline. E quem tem a missão de interpretar Joãosinho no longa, que começa a ser rodado ano que vem, é Matheus Nachtergaele.
    "Estou me sentindo muito honrado e um pouco assustado com a responsabilidade. Joãosinho é um ser humano muito especial, batalhador da nossa cultura, o rei do nosso carnaval", diz o ator, que já conversou com o carnavalesco e quer mais: "Já estivemos juntos e prometi visitá-lo em Brasília. Ele disse que quer ficar algumas horas sozinho comigo e me contar umas coisas".
    Joãosinho é só alegria.
    "Um filme sobre a minha vida me emociona. Tenho carinho especial pelo Salgueiro por ter sido a escola que me projetou. Outra história emocionante será sobre o carnaval de 1989, aquele do Cristo coberto, na Beija-Flor", adianta o artista.
    Depois de lançar o documentário "A raça síntese de Joãosinho Trinta" no Festival do Rio, este ano, Machline está animado com o novo projeto:
    "Matheus e João estão apaixonados, no bom sentido, ficam horas conversando. Eles têm um biotipo parecido e Matheus já interpretou outros personagens nordestinos. Tenho certeza de que ele vai passar uma bela mensagem envolvendo esse universo mágico.
    O filme chega como um presente para o carnavalesco maranhense que veio para o Rio na década de 50 para ser $do Teatro Municipal, foi 11 vezes campeão no carnaval, sofreu dois AVCs (acidentes vasculares cerebrais) em 2006 e ficou internado no Hospital Sara Kubitscheck para reabilitação.
    "Joãosinho adorou a ideia do filme. Ele teve sérios problemas de saúde e agora está bem, animado, sorrindo, com vontade de trabalhar", diz Machline.
    Autor do livro "O Brasil é um luxo - Trinta carnavais de Joãosinho Trinta", o publicitário Fábio Gomes está na expectativa:
    "Espero que o filme mostre as fases difíceis pelas quais João passou. A vida dele não foi um mar de rosas".
    Leia a entrevista com João Trinta:
    Joãosinho, o que você achou da escolha de Matheus como protagonista do filme "Trinta", de Paulo Ricardo Machline?
    Primeiramente, quero dizer que fiquei muito emocionado com o documentario a "Síntese das Raças", que narra o meu trabalho na Escola de Samba Grande Rio, os bastidores do mundo do carnaval, com depoimentos de pessoas que são muito importantes pra mim, como Fernando Pamplona, Carlos Heitor Cony, Ferreira Goulart e meu amigo, parceiro de projetos e também de política, Ricardo Marques, que quero destacar por ter acreditado em mim e valorizado toda a minha história de vida.
    O filme sobre a minha vida me emociona e faz com que eu acredite em seu sucesso pelo grau de profissionalismo dos produtores e do Paulo Machline, diretor, também, do documentário. Em relação ao Matheus, não vejo melhor protagonista para me representar nas telas do cinema. sou admirador de seu trabalho e de seu talento reconhecido e premiado no Brasil e no mundo, portanto, me entusiasma profundamente ver a minha vida sendo representada por um ator festejado no teatro, na televisão e no cinema.
    Como foram as conversas com Matheus? Você poderia nos adiantar alguma história que estará no filme?
    As conversas foram maravilhosas, em que pôde-se verificar o mesmo entusiasmo, nele e em mim; falamos sobre o Maranhão, minha terra natal, depois, sobre o estrelato e a epópeia vivida no sonho do carnaval do Rio de Janeiro e no que eu chamo da minha terceira e melhor fase de vida, que é Brasília, cidade que aprendi a amar e que quero colaborar para que a capital do República seja também a capital cultural do Brasil; projeto esse que conta dessa parceria política com Ricardo Marques, considerado o melhor secretário de cultura do Distrito Federal.
    Uma das histórias do filme será sobre o carnaval de 1989, desvendando o Cristo coberto e as gravações da homenagem que me será prestada em 2010 pela Grande Rio, quando será realizada a minha despedida oficial como carnavalesco, iniciando uma nova etapa na minha vida que é a carreira política no DF.
    O filme vai retratar o ano de 1974, quando Salgueiro foi campeão com o enredo "O Rei de França na Ilha da Assombração". O que este ano representa para você?
    Eu tenho um carinho especial pelo Salgueiro por ter sido a escola onde eu me projetei para a história do Rio, do Brasil e do mundo, portanto, é sem dúvida um grande momento da minha vida, mas, saliento que tenho, também, o mesmo sentimento por todos os trabalhos que fiz, mesmo aqueles em que não me consagrei vencedor, como exemplo, o carnaval Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia, O mundo é uma bola e Orfeu.
    Depois do documentário, "A raça síntese de Joãosinho Trinta", o que você espera do novo filme de Machline?
    Espero ter um produto com o mesmo nível e qualidade do documentário que, repito, me deixou muito emocionado e a todos que o assistiu, tanto no Festival do Rio como em São Paulo.
    Quais são os seus projetos para o ano de 2010 na área da cultura? Vai atuar no carnaval de Brasília?
    Venho colaborando para o desenvolvimento do carnaval em Brasília, em que através do Instituto Joãosinho Trinta, presidido por Ricardo Marques, lançamos a confraria do carnaval do DF, onde participam todos os presidentes de escolas de samba, e temos dentre tantos projetos, a profissionalização do carnaval candango. Iniciei com Ricardo Marques, o convencimento tanto do governo do DF, como da Beija flor, a roteirização dos 50 anos da Capital da República, portanto, me sinto, juntamente o Marques, responsável pela idealização desse projeto.
    Outros projetos estão em andamento, como a Ópera Carmem, um espetáculo para mais de 6 mil pessoas, que será realizado no Iate Clube de Brasília no próximo ano e ainda a perspectiva de decorar o final da Copa do Mundo em 2010, na África do Sul.
    Como está se sentindo no momento, após sua recuperação?
    Muito bem. Posso dizer até que nunca estive melhor, cuidando da minha saúde, da minha capacidade intelectual e produtiva. Vou superar meu amigo Niemeyer, que me afirmou que chegaria aos 150 anos de idade, e apostei com ele que chegaria aos 160, portanto, sou um jovem em plena capacidade e não espero me aposentar tão cedo, porque, parafraseando o comentário da Ministra Dilma Roussef a meu respeito, "a gente tem que ser feliz", e quero afirmar que eu me encontro em plena felicidade.
    As informações são da Coluna Retratos da Vida, do Jornal do Extra.
     



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