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  • Kindala a África da Rosas de Ouro

    Redação em 15 de Fevereiro de 2023

    Apresentando África para entender o Brasil, a escola paulistana Rosas de Ouro levará para avenida o enredo "Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome", desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes, com o objetivo de mostrar a luta dos negros desde sua chegada ao Brasil até os dias de hoje.

    O apresentador e embaixador do enredo Manoel Soares e a historiadora e empresária, Carolina Maíra Morais, são uma das personalidades que irão desfilar na escola. Carolina que está há cinco anos à frente da The African Pride, empresa que fomenta a relação entre diversos países africanos e o Brasil, ressalta a importância de temas africanos como enredo.

    "Enredos como este são um alerta ao Brasil, não existe como pensar o nosso futuro, o futuro do povo negro brasileiro sem pensar nossa relação com África. E o enredo da Rosas de Ouro é um canto de alerta." Diz Carolina.

    Kindala é uma palavra banto, que significa AGORA, do povo kimbundo na região que hoje corresponde a Angola. Para o embaixador do enredo, o apresentador Manoel Soares "Levar kindala para a avenida em São Paulo é um chamado pela união. A paz será conquistada através do trabalho pela igualdade racial e beneficiará toda sociedade brasileira". Manoel que também é embaixador cultural da União Africana, visita com frequência o continente africano, nessa missão de provocar reencontros entre África e Brasil.

    O carnaval, que sempre é espaço de cultura e história, ganha um reforço maior com o continente sendo exaltado. Entre os 5 países falantes de português, kindala é palavra conhecida, o que aproxima o enredo a mais 45 milhões de pessoas no continente, internacionalizando a nação azul e rosa.

     "Quando se canta África no carnaval, é uma voz ancestral que sai de nossas gargantas. Temos saudade do lugar de onde viemos, mesmo sem nunca termos pisado. É hora de voltar e mergulhar nesse continente rico, como diz o samba: África chegou a hora da verdade! A hora da maior diáspora africana, o Brasil, conectar-se com o berço da civilização." Afirma a historiadora Carolina.

    Podemos observar em diversos recortes que África ainda é reduzida a miséria, pobreza, e Rosas de Ouro irá mostrar além, ressaltando a resistência de um povo repleto de riqueza.

     "Por séculos nós ficamos aprisionados a uma imagem reduzida de África a ideia de miséria, pobreza e guerra. Essa imagem não condiz com a realidade do continente hoje. Precisamos recriar nosso imaginário sobre África, pisando, visitando, estudando o lugar de onde fomos retirados a força." Finaliza a historiadora Carolina Morais.

    A Rosas de Ouro será a quinta escola a desfilar no Anhembi, em São Paulo, na sexta-feira (17), retratando à luta e resistência do povo negro para avenida. 



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