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  • Império Serrano divulga versão final do samba-enredo para o Carnaval 2026

    Redação em 25 de Outubro de 2025

    Composição passa por ajustes e ganha nova roupagem com o intérprete Vitor Cunha

    O Império Serrano revelou nesta sexta-feira (24) a versão DEMO do seu samba para o Carnaval 2026, do enredo "Ponciá Evaristo Flor do Mulungu", na voz do intérprete Vitor Cunha. A composição homenageia a escritora Conceição Evaristo e tem as assinaturas de Hamilton Fofão, Dudu Senna, Leandro Maninho, Cláudio Russo, Lico Monteiro, Jorginho da Flor, Silvio Romai, Marco Aurélio, Victor Mendes, Mateus Pranto e Gabriel Simões.

    Em relação à versão apresentada na disputa, o samba passou por ajustes na letra e ganhou um novo trecho antes do refrão, parte que havia sido apresentada durante os tira-dúvidas, mas não entrou na versão concorrente. A mudança foi feita porque a sinopse do enredo retrata as mulheres históricas do Império Serrano recebendo Ponciá Evaristo Flor do Mulungu na escola. Outra mudança foi o fato que não há mais refrão no meio, sem repetição nos versos "Pra Folia de Reis, chamo vô e chamo tio / Na Folia de Reis, vou vivendo por um "fio" / Ô lê lê, lá vem batuque, pra congada começar".

    Angorô, vira menino! Angorô, não vou virar!

    Conheça a letra:


    Sou eu, a Flor do Mulungu


    Brilham os olhos d'Água! Orayeyê! É de Mamãe Oxum!


    Sou Ponciá Consagrada


    Entregue às palavras


    E ao axé das ancestrais


    Se tempos atrás


    Ecoavam vozes do porão


    Hoje reescrevo a história


    poesia a despertar nas pretas mãos


    Nos becos da minha memória


    Meu verbo é ouro de aluvião


    Meu verso é barro de artesão



    Pra Folia de Reis, chamo vô e chamo tio


    Na Folia de Reis, vou vivendo por um "fio"


    Ô lê lê, lá vem batuque, pra congada começar


    Angorô, vira menino! Angorô, não vou virar!



    Não é fácil emergir nesse contraste


    Benevuto, a maldade, não quer me ver sorrir


    No refúgio desses becos e vielas


    De mãos dadas com Sabela


    Eu só quero ser feliz


    O Rio que me acolheu me ensinou também a florir


    Vi muita gente de lá no rosto negro do povo daqui


    Sou eu quem dá voz à caneta que silencia o fuzil


    Me torno imortal no Livro Brasil


    Malungo! Que Negro- Estrela possa ser reconhecido


    Sem o choro de um futuro interrompido


    Por todo preto, escreviver!


    "A gente combinamos de não morrer!" (Combinamos de não morrer!)



    Chamei Maria, preta velha jongueira...


    Vovó Joana, pra benzer Madureira 


    Busquei Ivone pra matar essa saudade 


    O negro é raiz da liberdade!



    É Kizomba de preta literatura!


    É escrita sem censura no Império a florescer!


    Casa de Preto também é Academia


    Serrinha... Ponciá Yalodê!



    Em 2026, o Império Serrano será a quarta escola a desfilar no dia 14 de fevereiro, sábado, pela Série Ouro, na Marquês de Sapucaí.



    Fotos: Gabriel Belmiro





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