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Hilton Castro reassume a direção teatral na Beija-Flor
Lucia Mello em 31 de Agosto de 2011
Desligado da Beija-Flor há um ano, após concluir, junto com o diretor de carnaval Laíla, que precisava dar uma parada depois de sete desfiles seguidos, o ator Hilton Castro está reassumindo o posto de diretor teatral da Beija-Flor de Nilópolis. Responsável por coreografias e encenações em alegorias que provocaram polêmicas na Avenida, Hilton está animado com o retorno à escola de Nilópolis.
- Eu precisava mesmo dar uma parada. Estreei na Beija-Flor no Carnaval de 2003 e não parei até 2010. Quando me desliguei da escola, cheguei a receber convites para outras agremiações, mas não aceitei, porque precisava mesmo dar um tempo e porque minha identificação com a comunidade de Nilópolis é muito forte. Para o desfile de 2012, já estava sendo sondado por outra agremiação, mas Laíla e eu achamos que estava na hora de voltar. Entrei no Carnaval através da Beija-Flor e acho que meu lugar é na azul e branco – comenta Hilton, que chegou à escola, a convite de Laíla, em 2002, depois que o dirigente assistiu à peça “O Caos”, no Teatro Villa-Lobos, sobre a chacina da Candelária, dirigida por ele.
No currículo de Hilton na folia carioca, há alguns trabalhos marcantes. O desfile de 2003, quando a escola abordou a chacina dos meninos de rua do Centro do Rio, dentro do enredo “Saco vazio não para em pé”; o massacre dos índios pelos espanhóis, no enredo “Manôa, Manaus, Amazônia, Terra Santa...” (2004); e, em 2005, com Cristo sendo chicoteado pelos soldados de Herodes, ao lado de Maria Madalena (...”Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani...”), são alguns deles.
A ausência no desfile deste ano, que deu mais um campeonato à Beija-Flor com o enredo sobre o Rei Roberto Carlos, também foi marcante para o ator e diretor.
- Foi marcante pela falta que eu senti. Depois de muitos anos, decidi passar o Carnaval fora do Rio. Claro que na hora do desfile fiquei em frente à TV, ligado em tudo que acontecia. Lamentei muito não ter participado. Chorei na hora do desfile e, depois, no dia do resultado. Paguei um preço caro pela minha decisão – relatou ele, que aproveitou as férias na azul e branco para se dedicar ao cinema, à TV, e à publicidade. Entre seus personagens marcantes está o garçom do comercial da Antarctica, no qual contracenava com Ronaldo Fenômeno. Hilton também pode ser visto no “Zorra Total”, como o cangaceiro do Trem Zorra Brasil, e estará nos próximos episódios de “Tapas & Beijos”, humorístico semanal da TV Globo, como um camelô.
Aos 40 anos, ele fala com entusiamo sobre a volta à escola e não faltam motivos:- Estou cheio de novas ideias, renovadíssimo! Sou maranhense de São Luís e não podia ficar fora da homenagem à minha cidade no espetáculo que a escola está preparando pro ano que vem. Por enquanto, serei responsável pelas coreografias do segundo setor, que vai abordar a África no desfile. Estou cheio de gás!