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• FESTIVAL CELEBRA O CARNAVAL COMO ENCRUZILHADA DE MÚLTIPLAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS

  Redação em 15 de Janeiro de 2024
  
  
  

  De 18 a 21 de janeiro acontece no Muhcab - Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira - o festival multilinguagem DOBRAS DA FOLIA. Premiado com o edital de Fomento à Cultura Carioca - FOCA, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o festival celebra o carnaval dos desfiles das escolas de samba como uma encruzilhada de múltiplas manifestações artísticas.
  

  
  

  
  

  
  

  Realizado pela VArte e pela Caju, o projeto vai reunir palestras, rodas de conversa, aulas-show com mestres de bateria e ritmistas, roda de samba, oficina de arte e uma mostra de filmes. Uma audição de sambas gravados por Quinho do Salgueiro marca o início do evento, que também vai homenagear outra perda recente da folia: o carnavalesco Max Lopes, uma "dobra" que será feita pelo carnavalesco da Mangueira, Guilherme Estêvão.

  
  

  
  

  
  

  DOBRAS DA FOLIA é um projeto permanente da Teia Crítica da Revista Caju, que tem por objetivo “dobrar” a trajetória de artistas de diferentes linguagens que fizeram e fazem a história do carnaval. Além de uma ideia de multiplicação e de lastro, o verbo “dobrar” aponta para os desdobramentos possíveis que o processo de debate e estímulo ao pensamento crítico pode gerar. A ideia dos organizadores é que o festival aconteça periodicamente, com temáticas variadas a cada edição.

  
  

  
  

  
  

  OCUPAÇÃO RENATO LAGE

  
  

   

  
  

  Nesta estreia, o festival enfatiza o quesito Enredo como ponto de partida e estrutura dos bons desfiles. O auditório do Muhcab receberá uma intervenção cenográfica, para uma celebração da obra de Renato Lage. A Ocupação Renato Lage lembra a trajetória do carnavalesco com passagens pela Mocidade, Salgueiro, Império Serrano e Unidos da Tijuca, entre outras escolas, sua parceria longeva com Márcia Lage e os enredos concebidos em dupla com Lilian Rabello.

  
  

  
  

  
  

  “Renato é um dos maiores artistas da história da Sapucaí e sua inteligência plástica, sobretudo na concepção de alegoria, ainda precisa ser muito festejada e pesquisada. Ele também é um grande contador de histórias e o fato de tantas vezes ter concebido globos para seus desfiles parece um comentário sobre a própria gênese da criação artística”, afirma a curadora da Caju, Daniela Name, coordenadora geral do evento com o produtor Jocelino Pessoa. “DOBRAS é um projeto enraizado na alegria, que agradece pelos grandes artistas desenvolvidos pelo carnaval e busca escutá-los, além de registrar seus saberes e debater suas trajetórias”.

  
  

  
  

  
  

  Leandro Vieira faz a "dobra" de Renato Lage, homenageando seu antecessor com um depoimento, enquanto o próprio Renato lembra Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues e outros companheiros de profissão. Ambos serão mediados pela equipe do festival.

  
  

  
  

  
  

  “Ainda há muito a descobrir e pesquisar sobre os criadores da folia. Muitas vezes o que se repete sobre determinado artista não corresponde aos fatos históricos. Há muito preconceito com o carnaval como um conjunto de linguagens artísticas e isso faz com que as investigações, checagens e reflexões sejam ainda rarefeitas”, argumenta Marcelo Pires, coordenador de pesquisa do projeto.

  
  

  
  

  
  

  PROGRAMAÇÃO CELEBRA MARIA AUGUSTA E A ALEGRIA DE FERNANDO PINTO E LUIZ FERNANDO REIS

  
  

   

  
  

  Outros carnavalescos que deram contribuições decisivas ao quesito enredo também vão ser homenageados. Eduardo Gonçalves "dobra" Júlio Mattos, na mesa “A Mangueira que acolheu Hélio Oiticica”, que divide com Daniela Name; Jack Vasconcelos e Jorge Silveira falam da alegria como ferramenta política e "dobram" Luiz Fernando Reis e Fernando Pinto. Já Maria Augusta e a singularidade de sua produção para os desifles são celebradas no debate PIONEIRAS, que conta ainda com Annik Salmon, Sara Paixão e Luise Campos.

  
  

  
  

  
  

  Ainda sobre o quesito Enredo, carnavalescos e pesquisadores de escolas como Grande Rio (Gabriel Haddad e Leonardo Bora), Viradouro (João Gustavo Melo, representando a equipe com Tarcísio Zanon), Mocidade (Marcus Ferreira e Fabio Fabato) e Salgueiro (Igor Ricardo, representando a equipe com Edson Pereira) contarão um pouco dos desfiles de 2024 nas sessões de POR DENTRO DO ENREDO.

  
  

  
  

  
  

  RITMO E DANÇA COMO FORMAS DE PENSAMENTO

  
  

   

  
  

  Com duas sessões, FALA, MESTRE tem mediação do Mestre Vitinho, maestro à frente da bateria do Império Serrano, e do jornalista Carlos Gil. A atração vai receber mestres de bateria em apresentações que mostram como os conjuntos de cada escola se diferenciam. A ideia é que FALA, MESTRE se transforme em uma das linhas de pesquisa e documentação da Revista Caju. Vitinho e Gil seguirão sendo responsáveis por FALA, MESTRE depois que o festival acabar, e a ideia é que a sessão produa outras reverberações.

  
  

  
  

  
  

  O mesmo raciocínio curatorial e de pesquisa orienta PENSAMENTO QUE DANÇA, em que o ator e músico Izak Dahora vai receber as porta-bandeiras Vilma Nascimento e Rute Alves para uma conversa. Abrindo essa linha de pesquisa da Teia Crítica, que será conduzida por Dahora e pela crítica de dança Adriana Pavlova ao longo de 2024, o debate inaugura uma série de registros dedicados aos profissionais de dança no carnaval - mestres-salas, porta-bandeiras e passistas, além de coreógrafos, encenadores e dançarinos das comissões de frente.

  
  

  
  

  
  

  PROCESSO DE FORMAÇÃO E CATÁLOGO EM PODCASTS

  
  

  
  

  
  

  DOBRAS DA FOLIA deixará lastros depois que o festival acabar. Na equipe do evento, três estudantes de graduação e pós-graduação da Uerj passam por um processo de formação e de registro crítico do carnaval e suas linguagens artísticas, e vão produzir textos e imagens para o site da Teia Crítica 2024 Revista Caju a partir do que viram e ouviram, participando ainda da cobertura dos desfiles em fevereiro. A parceria da Revista Caju com a Uerj é firmada através do LAPA - Laboratório de Arte e Políticas da Alteridade, coordenado pelo professor Maurício Barros de Castro.

  
  

  
  

  
  

  As “dobras” do ano - Max Lopes, Renato Lage, Maria Augusta, Luiz Fernando Reis e Fernando Pinto - e as conversas de FALA, MESTRE e PENSAMENTO QUE DANÇA vão gerar um catálogo digital desdobrado em uma série de podcasts, disponibilizados depois do carnaval no site da Teia Crítica.

  
  

  DOBRAS DA FOLIA
  

  De 18 a 21 de janeiro de 2024
  

  Muhcab
  

  Rua Pedro Ernesto, 80 - Gamboa
  

  Entrada gratuita