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  • Festival Afro Tambor no Valongo promove celebração da cultura negra na Zona Portuária do Rio

    Redação em 24 de Junho de 2025

    Evento gratuito terá música, dança, oficinas e gastronomia nos dias 28 e 29 de junho, com atividades no Quilombo Cultural Casa do Nando e no MUHCAB


    Nos dias 28 e 29 de junho de 2025, o Festival Afro – Tambor no Valongo promete movimentar a Zona Portuária do Rio de Janeiro com uma verdadeira celebração das culturas afro-brasileiras. Com entrada gratuita, o evento é uma realização do Grupo Tambor de Cumba, com produção e direção artística de Aninha Catão, e tem como missão valorizar o tambor como elemento ancestral de conexão e resistência. Ao longo de dois dias, o público terá acesso a uma programação rica em música, dança, gastronomia e vivências coletivas que resgatam tradições e saberes afro-brasileiros.


    A escolha da Zona Portuária como território-sede do festival carrega um simbolismo fundamental. A região do Valongo é marcada por profundas raízes históricas ligadas à presença negra no Brasil, sendo local de memória e de potência cultural. É justamente nesse contexto que o evento busca transformar o espaço em um grande palco de celebração e afirmação da herança afrodescendente.


    Aninha Catão, diretora artística do festival e fundadora do Grupo Tambor de Cumba, destaca que o tambor é mais que um instrumento musical: ele é portal, é corpo, é espírito. Segundo ela, o som ancestral ecoa e conecta passado, presente e futuro das tradições negras.


    — O tambor é o coração dos nossos ritos, das nossas celebrações e das nossas lutas. Ele pulsa as histórias que muitas vezes foram silenciadas, mas que seguem vivas em cada toque, em cada dança, em cada corpo presente. Esse festival é sobre isso: sobre ouvir o que o tambor tem a dizer e reconhecer a força que nos movimenta há séculos - afirmou.


    A programação do festival se divide entre dois espaços simbólicos da cidade. No sábado (28), o Quilombo Cultural Casa do Nando, na Rua Camerino, 176, Centro, recebe oficinas, apresentações culturais e shows que atravessam ritmos como maracatu, coco, jongo, forró e samba de roda. Já no domingo (29), o MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, na Gamboa, será palco de rodas de conversa, manifestações artísticas e encerramento com discotecagem.


    A diretora também ressalta que o festival não é apenas um espaço de fruição, mas também de formação, escuta e diálogo. Para Aninha, reunir diferentes expressões artísticas em um mesmo território é um ato político e coletivo de reconstrução de imaginários.


    — A gente planta esse tambor como quem finca uma bandeira de memória e identidade. Quando reunimos artistas, pensadores e fazedores da cultura preta, estamos dizendo que esse território nos pertence. É um chamado para lembrar que o Valongo não é só um ponto histórico: é um ponto de partida para um futuro construído com consciência e afeto - completou.


    Durante os dois dias, o público também poderá visitar a Feira Cultural Africanidade (Empório Afro) e saborear os quitutes da tradicional Juju do Acarajé, compondo uma experiência sensorial completa. O evento oferece ainda um almoço afro em ambos os dias, criando um ambiente de acolhimento, troca e vivência dos sabores da ancestralidade.


    Programação completa:

    SÁBADO | 28 de junho | Casa do Nando – Rua Camerino, 176 – Centro


    ● 12h – Almoço Afro


    ● 14h – Oficina de Maracatu Tambor de Cumba (Rumenig Dantas e Aninha Catão)


    ● 17h – DJ Nando


    ● 18h – Jongo, Coco e Samba de Roda com Tambor de Cumba


    ● 21h – DJ Nando


    ● 22h – Forró Malungo Dengo


    ● 00h – DJ Nando



    DOMINGO | 29 de junho | MUHCAB – Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa


    ● 12h – Almoço Afro


    ● 13h – Roda de Conversa "Dança e Acessibilidade" com Ety Faria


    ● 14h – Batikum Afro


    ● 15h – Maracatu Tambor de Cumba


    ● 18h – DJ Nando



    Fotos: Vinicius Tognarelli



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