NOTÍCIAS / Tudo sobre Samba
-
Exposição itinerante do Museu do Samba começa a percorrer escolas públicas do município do Rio de Janeiro em 30 de julho
Redação em 30 de Julho de 2024
Escola Municipal Jackson Figueiredo, na Barra da Tijuca, receberá itens do acervo e uma apresentação musical com o grupo Matriarcas do Samba
O Museu do Samba inaugura a exposição itinerante 'Samba Nego Miudinho' no próximo dia 30 de julho, às 10h, na Escola Municipal Jackson Figueiredo, localizada na Rua Major Rolinda da Silva, nº 6565, na Barra da Tijuca. A mostra levará para o ambiente escolar parte do acervo da instituição, que ficará na escola por 15 dias. Na abertura, haverá um bate-papo com as integrantes do grupo Matriarcas do Samba, formado por Nilcemar Nogueira, Vera de Jesus e Selma Candeia, que são, respectivamente, netas de Cartola e Clementina de Jesus e filha do compositor Antônio Candeia Filho. Na sequência, o trio vocal faz uma apresentação musical, com repertório de sambas antológicos cuja temática principal é a contribuição do povo negro na construção do Brasil.
O projeto Samba Nego Miudinho conta com o patrocínio da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, através do Programa Pró Carioca – Programa de Fomento à Cultura Carioca Diversidade Cultural - Edição Paulo Gustavo. As próximas unidades que vão receber a exposição são a Escola Municipal Cinco de Julho, em Cascadura, no dia 06 de agosto, e a Escola Municipal Presidente Café Filho, em Vila Kennedy, no dia 20 de agosto. Até dezembro, outras duas escolas serão visitadas. No total, cerca de dois mil alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental serão beneficiados.
A exposição Samba Nego Miudinho ficará montada durante 15 dias em cada unidade escolar. A história social do samba, com destaque para a trajetória de grandes sambistas e suas obras, as origens africanas da cultura do samba, assim como a formação e a geografia das agremiações carnavalescas e das rodas de samba serão apresentadas aos alunos por meio de itens como pinturas, objetos, fantasias e adereços que fazem parte do acervo do Museu do Samba.
Já na contação de histórias, as matriarcas Nilcemar, Vera e Selma falarão de suas próprias vivências em família, dos bastidores da criação de grandes obras da música popular brasileira e de suas trajetórias no mundo do samba e do carnaval. Livros de autores negros também estarão à disposição da garotada para leitura e outras atividades em grupo.
"É um projeto cultural que tem uma proposta de educação antirracista e representa uma oportunidade prática de aplicação da Lei 10.639, que prevê o ensino da cultura afro-brasileira em nossas escolas", explica Nilcemar Nogueira, fundadora do Museu do Samba. "Priorizamos as escolas municipais localizadas próximas a morros e favelas cariocas, cujos estudantes são, em sua maioria, descendentes de negros mas que não têm acesso a livros e outros conteúdos que exaltem a cultura de seus ancestrais; o projeto também é uma oportunidade para os professores, que poderão trocar suas experiências sobre métodos de ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no cotidiano escolar", completa.
Museu do Samba foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural do Rio
Declarado Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro por meio da Lei 10.360/24, de autoria da deputada estadual Dani Balbi e sancionada em maio de 2024 pelo governador Claudio Castro, o Museu do Samba é uma organização social que atua para promover a valorização, a difusão e a preservação da memória do samba e dos sambistas.
A instituição oferece uma rica e variada programação cultural e educativa, com exposições fixas e sazonais, eventos musicais, gastronômicos e multimídia. Possui ainda um Centro de Documentação e Pesquisa do Samba e uma coleção audiovisual com mais de 160 depoimentos originais gravados por grandes nomes da história do samba e do carnaval exclusivamente para o museu. Seu acervo de mais de 45 mil itens é o maior do Brasil especializado no gênero.
Fundado em 2001 pelos netos do compositor Cartola e sua esposa e baluarte da Mangueira Dona Zica, o museu nasceu com o nome de Centro Cultural Cartola. Em 2015, o local foi rebatizado com o nome atual e ampliou sua atuação. O dossiê que levou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder às Matrizes do Samba do Rio de Janeiro o título de Patrimônio Cultural do Brasil foi elaborado pelos pesquisadores do museu, com a coordenação de Nilcemar Nogueira.