NOTÍCIAS / Tudo sobre Samba

  • Carta aberta de Cid Carvalho aos torcedores da Mocidade Independente

    Lucia Mello em 04 de Agosto de 2010

    Resolvi me dirigir aos independentes, em especial, e a todos aqueles que possam se interessar, porque venho sendo alvo de ataques infantis e, aparentemente, desesperados por parte de Thatiana Pagung e de seus fieis protetores.
    1º) Completei vinte anos de carnaval recentemente e muito me orgulho de minha trajetória, já que comecei como ajudante de aderecista e me tornei carnavalesco sem jamais ter usado e / ou derrubado qualquer pessoa ou profissional para chegar até aqui. Basta fazer uma pequena pesquisa pelas agremiações pelas quais passei que descobrirão uma legião de pessoas queridas que fui construindo ao longo da minha trajetória.
    2º) Me considero um trabalhador do samba. Nada mais que isso. Graças a Deus, comecei nos barracões das escolas de samba através de João 30, a quem na época clamavam como "rei do carnaval". Passados alguns anos, testemunhei esse Gênio do maior espetáculo da Terra sendo tachado de velho e ultrapassado. Diante de tamanha injustiça aprendi que tudo nesse mundo de vaidades é passageiro e assim me tornei um cara pé no chão e nunca me deslumbrei com o cargo de Carnavalesco.
    3º) Jamais quis aparecer mais que ninguém! Pelo contrário: acredito e defendo que uma grande escola é construída com grandes profissionais logicamente que emanados em busca dos mesmos objetivos.
    No caso da Mocidade, o objetivo em comum é resgatar os grandes desfiles que transformaram essa agremiação ao longo da história em uma das maiores e mais conhecidas no Brasil e no exterior. Quem me conhece sabe do meu caráter e personalidade e o quanto não tenho medido esforços em colaborar para que esse objetivo seja rapidamente alcançado.
    No último desfile dessa Escola, o relógio já marcava 20h30 e eu e minha equipe ainda estávamos na Avenida Marquês de Sapucaí cuidando dos últimos detalhes de nossas alegorias ( a Escola desfilou às 21h).
    Eu poderia ter ido à praia, descansar, sei lá, ficar à toa, mas não: eu tinha prometido aos torcedores da Mocidade que ficaria até o último momento para ajudar a nossa Escola.
    Já havia desistido de desfilar e me dirigia para casa quando um amigo ligou e falou que a escola estava muito bem. Nesse momento resolvi voltar, e quando cheguei à Sapucaí, a Mocidade já estava com 30 minutos de desfile.
    Se realmente buscasse os holofotes para mim, não deveria eu estar todo arrumado à frente da escola para o início de seu desfile?
    Mais recentemente quando a turma do site oficial da escola me propôs fazer uma série de fotos do protótipos das fantasias para 2011, rapidamente afirmei - em tom de brincadeira, que ninguém quer ver minha cara, que os independentes querem é saber das fantasias.
    E sugeri ainda que tirassem fotos do meu desenhista com alguns figurinos, afinal o Léo (esse é o nome do artista) precisa ser conhecido e reconhecido. Da mesma maneira pedi que fotografassem as costureiras e aderecistas trabalhando (alguns desses profissionais me acompanham há 15 anos, aproximadamente). Seriam essas as atitudes de quem quer aparecer sozinho?
    4º) Finalmente, quero reafirmar as palavras da Thatiana: as pessoas realmente passam ( vide Joãozinho 30)  porem suas obras ficam. Aliás não são as pessoas que passam e sim o tempo e para quem vive realmente da exposição na mídia e da aparência, às vezes ele é cruel.
    Jovial é a Mocidade, brilhante como uma estrela no firmamento e eternas são as baterias das Escolas de Samba porque reinam absolutas por si só, traduzindo em suas batidas características e fundamentos milenares.
    Obs: Pra bom entendedor pingo é letra. É bem verdade que um copo para transbordar basta uma gota de água, mas para que isso aconteça, necessariamente, ele vai se enchendo aos poucos.
    Cid Carvalho

    Por: Divulgação



ANUNCIANTES






SIGA O Ti Ti Ti!

#TITITIDOSAMBA