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  • Beija-Flor: A polêmica já está no ar

    Lucia Mello em 21 de Fevereiro de 2009

    Rio - Há algo de podre no reino de Momo. Um cheirinho de polêmica deve se espalhar pelo ar no desfile da bicampeã do Carnaval. A Beija-Flor levará para a Avenida um carro alegórico e fantasias de cinco alas lembrando a fama dos franceses de não serem muito chegados a tomar banho — tema do enredo da escola de Nilópolis. Para alguns foliões, a homenagem às avessas não cheira nada bem.

    “É uma piada. Somos o povo mais limpo e perfumado do mundo”, opina o professor francês Alain Ferrer, 37 anos, radicado há seis no Brasil. “Não estão falando de mim. Quando conheci minha namorada brasileira, a primeira coisa que disse é que sou francês mas tomo banho”, diverte-se o professor.

    Uma das fantasias é a ‘Conde e Condessa de Rochester, a nobreza disfarça o fedor’. O quarto carro, ‘Versalhes, o transpirar da suja Europa’, é uma referência ao Château de Versailles, a suntuosa residência do rei Luís XIV em Paris. “Dizem que foi construído sem banheiros, por isso jogavam as necessidades pelas janelas”, conta o chefe de decoração de alegorias do barracão, Roger Madruga.

    Audrey Bagassien, 25 anos, uma das 26 bailarinas do famoso cabaré francês Moulin Rouge que estarão na homenagem à França da Grande Rio, está curiosa. Vai assistir à Beija Flor para ver o que será falado sobre o seu amado povo francês. “Esse negócio de não tomarmos banho não é verdade. Só quero ver como vão mostrar isso”, disse ela.

    O faro do carnavalesco Fran-Sérgio diz que a escola não terá problema com os gringos ao abordar o tema. “Não vamos dizer que eles não tomavam banho, é a História que diz.

    Além do mais, nosso desfile não terá sujeira. Pelo contrário. Vamos borrifar essências ao longo do desfile, e esse quarto carro é o mais luxuoso de todos”, afirma Fran-Sérgio.

    CADA VESTIDO DAS BAILARINAS CUSTA R$ 32 MIL

    As dançarinas do Moulin Rouge vão ter um esquema especial de segurança durante sua apresentação no desfile da Grande Rio. O motivo de tanta preocupação é o valor da roupa que cada uma das 26 bailarinas — há ainda seis homens no grupo — vai usar: R$ 32 mil. Além de paetês, cristais, plumas e filó, o modelito traz uma armação que vai desafiar o preparo físico das meninas que vão misturar cancã com samba. “A dificuldade está em conciliar o peso da roupa com esses movimentos, sem perder o ritmo. Mas para isso vamos treinar exaustivamente no barracão até que tudo esteja acertado”, disse a coreógrafa Janet Pharaoh. É a primeira vez que essa geração de bailarinas do Moulin Rouge está no Brasil. A média de idade delas é 24 anos e de altura, 1,80 metros. Os espetáculos na França são produzidos para ficar dez anos em cartaz. Depois, é mudada a coreografia. O custo é de R$ 320 milhões.



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