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  • A Imperatriz Leopoldinense também já conhece a sinopse para o carnaval 2011

    Lucia Mello em 17 de Junho de 2010

     A Imperatriz Leopoldinense também entregou na noite desta quarta-feira a sinopse do seu enredo para o Carnaval 2011.

    O enredo intitulado de "A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde", será desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes e vai falar sobre a história da medicina.

    Confira o texto:

    Enredo: A Imperatriz Adverte: Sambar Faz Bem à Saúde

    Carnavalesco: Max Lopes
    Pesquisa e texto: Emanoel Campos Filho e Gabriel Haddad

    Uma viagem pelo tempo, leva a Imperatriz a passear pela história
     da Medicina, conhecendo a sua origem e o seu desenvolvimento.
    A arte de salvar vidas deve ter sua importância enaltecida e
    merece essa grande homenagem oferecida pelos leopoldinenses.
    Deixe o tempo te levar...

    Desperta a Velha África. Desperta do solo africano o poder
    de curar. Nos primórdios de sua existência, o homem encontrava
     na caça de animais e na coleta de espécies vegetais, os meios
     para sua sobrevivência. Nômade por excelência, nutriu-se dos
    elementos naturais encontrados para exercer o poder da cura.
    Praticava rituais que buscavam o autoconhecimento e o equilíbrio
     do ser, através das manifestações da natureza e da compreensão
    de seus fenômenos.

    Os sacerdotes africanos, primeiros praticantes da mágica arte da cura,
     evocavam a sabedoria da mãe-natureza para aprender o perfeito modo de
    utilização das plantas, raízes e ervas medicinais.

    Batidas de tambor. Danças. Ervas. Curandeiros. Uma viagem espiritual
    ao encontro das formas de proteção e controle do corpo. A cura estava
     diretamente ligada à magia e à crença na força dos poderes da natureza
     e seus elementos.

    Com o passar do tempo, diversas outras civilizações pelo mundo passaram
    a desenvolver seus próprios pensamentos médicos. Dentre elas, pode-se
    citar os hindus, fundadores da Ayurveda (Ciência da Vida); os semitas
     em geral, que acreditavam na noção de que a doença era um castigo divino; os mesopotâmios que viam uma relação entre a movimentação dos astros, a mudança das estações e as doenças; os chineses, através de sua medicina tradicional que se baseava na cura por plantas e outros elementos naturais; e, principalmente, os egípcios.

    O esplendor da civilização do Egito Antigo trouxe a evolução do
    conhecimento de diversos procedimentos médicos, o uso de numerosas
    drogas e a realização de pequenas cirurgias, além da técnica da
    mumificação, marcando a história da arte de curar.

    Um traço comum entre essas sociedades citadas é a profunda relação
    entre a religião e a prática da cura. Seus povos, diferentemente do homem
     pré-histórico, acreditavam na existência de deuses superiores aos homens, que seriam os verdadeiros responsáveis pela saúde e pela doença. Os deuses, não só eram os detentores do poder de curar e dos
    conhecimentos médicos, mas também respondiam pelo desequilíbrio do corpo
     humano e pelo envio das doenças e enfermidades.

    A cura mítica ainda era a base da crença do povo da Antiguidade. A magia
     e a religião se enlaçavam e influenciavam a prática médica. O povo da
    Grande Grécia, inicialmente, sustentava suas crenças em sua mitologia,
    na qual os poderosos deuses influenciavam a vida e a morte, tendo o poder
     de curar ou provocar doenças.

    Os gregos acreditavam que a doença era um severo castigo dos céus,
    enquanto a cura, uma benção divina. Nos templos de Asclépio, Deus
    grego da Medicina, se realizavam rituais para curar, englobando banhos
     e poções para relaxar e adormecer, já que a cura deveria vir com os
    sonhos, durante o sono do enfermo.

    Com o desenvolvimento do valor humanístico na Grécia, a prática da cura
    tomou um caráter racional, empregado principalmente por Pitágoras, o que
     possibilitou o surgimento de uma medicina verdadeiramente científica.
    Hipócrates, o pai da medicina, desenvolveu métodos que se baseavam na
    filosofia, no raciocínio e na lógica, idealizando um modelo ético e
    humanista da prática médica.

    A objetividade e a precisão se tornaram elementos imprescindíveis para
    o diagnóstico das enfermidades, sendo necessária a separação da Medicina
    da noção religiosa. Os estudos realizados pelos médicos passaram a
    substituir a fervorosa crença nos deuses e na cura pela magia pela
    observação empírica de seus pacientes.

    Com o início do período da Idade Média, a ciência médica, assim como
    a vida humana, passou a ser dominada pela Igreja Católica. Esta, abafou
    o desenvolvimento científico e filosófico, trazendo tempos de trevas e
     pouca evolução para a Medicina. O conhecimento era restrito ao ambiente
    católico, tendo os monges como principais pensadores, que deveriam basear
     seus estudos na fé e na salvação da alma, ao invés da evolução científica. Para a Igreja

    Católica, o corpo do homem era intocável à dissecação, pois este representava
    o corpo de Cristo, considerando o estudo de anatomia algo pagão e inumano.
    A desprezível falta de noção higiênica da sociedade medieval possibilitava
    a proliferação de diversas doenças, que se tornavam verdadeiras epidemias.
    A peste negra aterrorizou a população européia e assolou o continente,
    deixando fortes marcas em seu chão.

    Da escuridão, renasce a esperança com surgimento de movimento humanista,
    no qual era centrado o Renascimento europeu. Um novo jeito de pensar. Uma
     nova mentalidade. O homem é o centro do universo. Em total contraponto à
     era medieval, o período renascentista trouxe diversos avanços e
    descobertas científicas para a Medicina. As universidades passaram
    a se distanciar das bases religiosas e dos credos eclesiásticos,
    focando nos estudos de anatomia e fisiologia, muito pesquisados
    por Leonardo da Vinci (pai da anatomia), Versalius e Michelangelo.

    Brilha. Reluz o século das luzes. Com o advento do Iluminismo, correntes
     filosóficas surgem na Medicina, enfatizando o uso da razão e da ciência
     para explicar o universo. Um grande desenvolvimento das especialidades
    médicas, como a Cardiologia, a Obstetrícia e a Pediatria tiveram um grande
    desenvolvimento, apresentando novos caminhos para a evolução da medicina
     moderna. A criação do microscópio, do termo célula, da homeopatia, além
     das diversas descobertas na física, química e outras áreas, foram
    importantes acontecimentos iluministas, que possibilitaram o progresso
    da Medicina em geral.

    Todas as evoluções demonstradas nos períodos anteriores se tornaram base
     para o grande desenvolvimento que a Medicina contemporânea apresentou
    e continua a nos apresentar. Sua evolução é constante e surpreendente.
    A imunização preventiva, a descoberta do raio X, a descoberta de novos
    medicamentos, e a cirurgia plástica são frutos deste esforço da Ciência
     Médica. Apesar dos debates éticos trazidos pela sociedade civil,
    os estudos de genética e células artificiais trazem esperança para
    a criação de novos remédios e vacinas preventivas.

    Além disso, a evolução dos estudos do DNA, traz os segredos da
     "Chave da Vida", possibilitando o desenvolvimento de pesquisas
     relativas à clonagem. A Medicina e a arte de curar estão sempre
     em evolução. O estudo e as pesquisas são extremamente necessários
     para que a construção de novas técnicas de cura, ou novas formas
    de prevenção a doenças, surjam.

    Povo do Brasil, povo carioca, de bem com a vida, feliz e festeiro,
     vai buscar no carnaval e no samba a sua felicidade e a cura para
    os seus problemas. O brasileiro encontra o seu bem-estar ao vestir
    a sua fantasia e passar pela passarela da imaginação, ao ouvir a
    batucada da bateria, ao sentir o pulsar do surdo como se fosse o
    seu próprio coração, ao ouvir a melodia do cavaquinho, ...

    O povo quer sambar, quer encontrar uma forma de esquecer os seus
     problemas. Sai pra lá, dengue! Sai pra lá gripe suína! O que resta
     a este povo guerreiro é a felicidade. Rio de Janeiro, palco do maior
     carnaval do mundo. Venha para cá e encontre no samba a cura para a
    sua dor.

    Deixe o prazer do samba e do carnaval dominarem seu corpo. Com o prazer
     que sentimos, nosso corpo libera uma substância chamada endorfina.
     Esse hormônio, ao ser liberado, viaja pelo nosso organismo, oferecendo
     uma sensação de bem-estar, conforto, tranquilidade e felicidade.

    Sinta o "hormônio da alegria" correr e alivie a sua dor sambando.
    O samba também faz bem para o corpo e para a mente.

    Além disso, devemos reconhecer os grandes esforços dos médicos brasileiros,
     que tentaram, de diversas formas, trazer saúde ao nosso povo e
    conhecimentos para a evolução de novas técnicas médicas.
    Oswaldo Cruz. Carlos Chagas. Vital Brazil. Ivo Pitanguy.
    E muitos outros.

    Parabéns médicos brasileiros! Parabéns médicos de todo o mundo!

    Não perdendo o espírito carnavalesco, podemos afirmar que, mesmo
    com toda a evolução que a Medicina tem nos apresentado e com todo
     o seu desenvolvimento, de acordo com a letra da marchinha dos
    antigos carnavais, ainda está pra nascer o doutor que cure a dor
     de cotovelo.

    "Penicilina cura até defunto
    Petróleo bruto faz nascer cabelo
    Mas ainda está pra nascer, O doutor
    Que cure a dor de cotovelo"
    Marchinha de Klécus Caldas e Armando Cavalcanti

    Sambista, esqueça a dor! Vista a fantasia e caia na folia com a
    Imperatriz! Sambar faz bem à saúde!

     



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