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  • A exaltação à Amazônia Negra, a partir da trajetória do festejado amapaense Mestre Sacaca, é o enredo da Mangueira para o carnaval de 2026

    Redação em 16 de Maio de 2025

    Enredo tem o título “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju - O Guardião da Amazônia Negra” e

    dá início ao triênio do centenário da Verde e Rosa;

    De maneira inédita em sua História, a Mangueira vai levar para a Marquês de Sapucaí os

    costumes afro-indígenas;

    A narrativa será contada através da trajetória do amapaense que se notabilizou por seus

    conhecimentos das ervas, seivas e raízes da região amazônica.

    RIO DE JANEIRO - Nesta sexta-feira (16/5), a Estação Primeira de Mangueira apresenta

    seu enredo para seu Carnaval de 2026: “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju - O Guardião

    da Amazônia Negra”, que mergulha na história afro-indígena do extremo Norte do país a

    partir das vivências de Mestre Sacaca. O enredo é assinado pelo carnavalesco da

    agremiação Sidnei França. E dá início ao triênio do centenário da agremiação.

    De origem negra e indígena, cernes da formação do Amapá, Raimundo dos Santos Souza,

    personagem central da Verde e Rosa apresenta os encantos que viveu no seu território. Ao

    ser apelidado como Sacaca, uma titulação xamânica, ele navegou pelos rios que cruzam a

    região Norte do Brasil, entrando em contato com diferentes populações tradicionais.

    Mestre Sacaca tornou-se um personagem brasileiro de profundos saberes sobre o

    manuseio de ervas, seivas, raízes e elementos que compõem a Amazônia Negra

    amapaense. Utilizava seus conhecimentos no tratamento de doenças e do cuidado

    comunitário por meio de garrafadas, chás, unguentos e simpatias. Por isso, também ficou conhecido como “doutor da floresta” em diferentes cidades das terras Tucujus – expressão

    oriunda de um grupo indígena que habitava essa região, e que atualmente é utilizada para

    se referir ao povo desse estado.

    Para além dos atendimentos e dos pedidos diários de cura, disseminou receitas e simpatias

    com a publicação de livros e de seus programas em rádios locais. No cotidiano, portanto,

    promovia a medicina ancestral e também o poder das ervas, manuseando a natureza em

    um equilíbrio entre ciência e espiritualidade.

    Sacaca também foi marabaixeiro (alguém que pratica ou participa do marabaixo, uma

    manifestação cultural afro-amapaense que combina música, dança e ritual).

    Participou ativamente da maior manifestação cultural desse estado, e integrou-se

    ativamente ao carnaval do Amapá, outro importante festejo da região. Foi Rei Momo por

    mais de 20 anos, além de fundar blocos e escolas de samba do estado. Tornou-se um

    defensor e estimulador dos tambores da Amazônia Negra.

    Nascido em 1926, o Xamã Babalaô – como foi chamado em uma canção póstuma

    composta por Ricardo Iraguany e Enrico Di Miceli – ainda é presente na memória do povo

    amapaense. Sua família segue perpetuando seus saberes, conhecimentos e vivências.

    Sacaca, cujo nascimento se aproxima do centenário, dedicou sua vida à defesa da floresta

    e das tradições, práticas e culturas afro-indígenas. Por essa razão, a Mangueira, contadora

    de diferentes histórias brasileiras, celebra essa figura que é uma das caras do nosso país

    diverso e de dimensões continentais.

    “Estamos falando de algo inédito na historiografia da Mangueira: tratar de costumes

    afro-indígenas. Mesmo no Brasil, muitas vezes ainda predomina uma visão monolítica sobre

    a Amazônia, com muitas narrativas e personagens ainda inexplorados ou sem ter a devida

    atenção”, avalia Sidnei França, carnavalesco da Mangueira. “Com sua vocação de contar

    ‘outras histórias’, a Mangueira vai apresentar Mestre Sacaca, um legítimo representante

    dessa floresta afro-indígena”, conclui.

    A íntegra do vídeo produzido para a divulgação do enredo pode ser encontrada nas redes

    sociais da Mangueira. E a logo oficial do enredo em breve estará disponível para download

    no site da agremiação.

    Sobre a Estação Primeira de Mangueira:

    O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (ou simplesmente

    Estação Primeira de Mangueira) é uma tradicional escola de samba brasileira da cidade do

    Rio de Janeiro conhecida e admirada em todo o planeta. A agremiação, que tem nas suas

    cores (verde e rosa) uma de suas marcas registradas, acumula 97 anos de glórias e de

    histórias e é uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Seus símbolos, o

    surdo, a coroa, os ramos de louros e as estrelas podem ser vistos na bandeira da escola.

    Tornou-se um celeiro de bambas que despontou e inspirou lindas obras decantadas em

    todo o mundo. Foi fundada em 1928, no Morro da Mangueira, pelos sambistas Carlos

    Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, Tia Fé, Tia Tomásia, entre outros. Sua quadra está

    sediada no bairro do mesmo nome. Detém vinte títulos do carnaval. Atualmente, é presidida por Guanayra Firmino, primeira mulher eleita presidente da Mangueira.

    (https://mangueira.com.br/)




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