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  • Com o enredo sobre Miguel Arraes a Vila Isabel lava a alma na Sapucaí

    Redação em 12 de Fevereiro de 2016

    A Unidos de Vila Isabel lavou a alma ao abrir, na noite desta segunda-feira (8), a segunda noite do Carnaval 2016 do Rio de Janeiro. Depois de dois anos com problemas em seu desfile --em 2014, a escola entrou com fantasias incompletas; e em 2015, teve dificuldade com alegorias--, a Vila cruzou a Sapucaí sem imprevistos e, principalmente, levantando as arquibancadas, com o público agitando bandeirinhas azuis e brancas. 


    A escola da zona norte carioca levou à avenida o enredo "Memórias do Pai Arraia - Um Sonho Pernambucano, um Legado Brasileiro", que exalta o trabalho do ex-governador de Pernambuco, o cearense Miguel Arraes, na educação e na cultura. Pela pista passaram Ana Arraes, ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) e filha de Miguel Arraes, com outros integrantes da família do homenageado. 


    Seguindo a tendência apresentada no dia anterior pela União da Ilha, a Vila apresentou um desfile de fácil identificação do público, deixando o conceito complexo do espetáculo mais claro para os foliões. 

    A Vila se mostrou bastante luxuosa, com a cor dourada predominando nas alegorias, que trouxeram também tons terrosos, alaranjados e arroxeados. Ao longo de sua apresentação, as cores que representavam a caatinga deram lugar aos tons das grandes cidades pernambucanas e, ao final, ao colorido do Galo da Madrugada. 


    A modelo Nicole Bahls saiu à frente do abre-alas, com uma fantasia que representava o sertão. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, representaram a paisagem sertaneja. 


    Entre os destaques da escola estava o ator Paulo Dalagnoli --que ficou conhecido como o Lírio, de "Malhação - Sonhos"-- que saiu no carro abre-alas representando Miguel Arraes. Além do muso, uma das grandes estrelas da agremiação foi a rainha de bateria, Sabrina Sato, a mais festejada entre todas as musas do Rio e de São Paulo. A apresentadora da Record veio superintegrada com os músicos da agremiação --283 ritmistas, no total.  


    A Vila tem uma longa tradição de enredos politizados. Já foi campeã relembrando a luta do negro pela liberdade com o antológico "Kizomba, a Festa da Raça", além de ter celebrado a Declaração Universal dos Direitos do Homem e discutido a reforma agrária. Em um momento de intolerância ideológica, a escolha para o Carnaval 2016 parecia arriscada, mas a agremiação deixou clara que o tema seria pouco polêmico. 


    "Falamos de um fantástico trabalho de educação e valorização da cultura popular implantado por Arraes em Pernambuco, nos anos 1960, mas que infelizmente foi abortado pela ditadura militar", resumiu o carnavalesco Alex de Souza, de volta à escola após cinco anos na União da Ilha. O desafio é apagar a má impressão dos últimos carnavais. Em 2015, a Vila ficou em penúltimo lugar. 




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